O advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, não poupou críticas ao conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). As acusações dos parlamentares serviram de base para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira, Cardozo declarou que as afirmações do parlamentar não “inconsistentes”.

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— Uma pessoa faz uma denúncia, e você faz a investigação. É normal, por mais inconsistente que seja — relatou o ministro, que será investigado com Lula e Dilma sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato.

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Durante a entrevista, Cardozo também disse que Delcídio firmou acordo de delação premiada para conseguir deixar a prisão e arranhar a imagem do governo. Na visão do ministro, o senador agiu “em um contexto de vingança” contra Lula e o PT, que se mostrou a favor da cassação do parlamentar.

Para Janot, a organização criminosa que atuou na Petrobras “jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dela participasse”.

— Não tenho dúvidas de que ex-presidente Lula vai provar que não tem ligação com esses fatos — sustentou o ministro.

Além disso, Cardozo questionou os motivos do vazamento das informações do pedido da PGR. Ao falar sobre o tema, sublinhou temer pela exposição dos nomes citados.

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— Como essas coisas vazam dessa forma? — indagou.

O ministro ainda confirmou que a defesa da presidente Dilma poderá recorrer ao STF antes da votação do impeachment no plenário do Senado, marcada para o próximo dia 11. Segundo Cardozo, isso dependerá do conteúdo do relatório do senador tucano Antônio Anastasia (MG), que apresentará o parecer na tarde desta quarta-feira.

— Temo pela parcialidade do relatório. Vamos fazer a defesa. Nossas razões são muito sólidas — comentou.

Na quinta-feira, Cardozo voltará à comissão especial do impeachment no Senado para fazer a defesa de Dilma.

Em infográfico, confira os desdobramentos da Operação Lava-Jato:

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