O caso do jogador uruguaio Juan Manuel Izquierdo, de 27 anos, que morreu na noite de terça-feira (27) após estar internado devido a uma arritmia cardíaca em uma partida de futebol no estádio MorumBis, chama a atenção pela semelhança ao caso da morte do ex-jogador brasileiro Serginho, há 20 anos, e do ocorrido com o atleta dinamarquês Christian Eriksen, há três anos.

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Conforme o médico cardiologista Tácito Bessa, do Instituto de Cardiologia e Clínica Médica (ICC) de Joinville, cada minuto é precioso em atendimentos de arritmia cardíaca.

— O paciente (Juan Manuel Izquierdo) perde a consciência em campo e chega no hospital em parada cardíaca. Nessas situações, todo tempo é precioso. Quanto mais rápido o atendimento, melhores são os resultados. A cada minuto sem manobras de reanimação adequadas, aumenta em 10% o risco de mortalidade. Por mais rápido que foi o atendimento, o tempo que permanece em parada cardiorrespiratória foi o que levou ao comprometimento — disse.

Casos semelhantes aconteceram com Izquierdo, Serginho e Eriksen

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O especialista compara o ocorrido na última semana com o caso de Serginho, do São Caetano. O atleta morreu em 27 de outubro de 2004, também em partida contra o São Paulo, no Morumbi. O defensor, que tinha 30 anos à época, caiu no gramado do Morumbi aos 14 minutos do segundo tempo. Ele foi atendido, mas morreu minutos depois no Hospital São Luiz, em São Paulo.

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— O atendimento do Izquierdo foi mais eficaz que o do Serginho. Naquela época, não se tinha um preparo adequado. Desta vez, a ambulância chega ao local e atende o atleta em poucos minutos, mas é difícil julgar sem estar no local. Precisamos destacar a presença do desfibrilador externo automático (DEA), que deve ser usado prontamente — afirma.

Serginho teve uma leve arritmia detectada oito meses antes da morte em exame realizado no Instituto do Coração. Devido à morte de Serginho, o futebol brasileiro passou a ter como protocolo desfibriladores e ambulâncias dentro dos estádios de futebol em dias de jogos.

Ele lembra também o caso de Eriksen, que aconteceu na edição 2021 da Eurocopa, quando o jogador, aos 29 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória (PCR) em campo. O atleta chegou a ficar sem batimentos cardíacos e precisou de reanimação com o desfibrilador externo automático (DEA) ainda em campo. Três anos depois, Eriksen voltou às partidas.

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— Há uma diferença entre o atendimento dos dois casos. Se comparar com o caso do Eriksen, foi um atendimento ainda mais eficaz, os próprios jogadores reconheceram e iniciaram o atendimento em campo antes da equipe médica. Por isso, esse atleta ainda joga futebol — revela.

O profissional, ainda, destaca a importância do DEA, aparelho eletrônico de diagnóstico e tratamento de arritmias cardíacas súbitas, capaz de socorrer vítimas de possíveis paradas cardíacas. O aparelho identifica alterações no ritmo cardíaco ou um princípio de parada cardiorrespiratória e, quando necessário, aplica o choque como tratamento para reversão do ritmo cardíaco ao normal.

— Existem situações em que o aparelho deve ser usado. No caso do Izquierdo, ele não é usado no campo, a gente vê o atleta sendo colocado na ambulância e depois não consegue saber, mas acredito que tenha sido feito o atendimento. É importante conscientizar a população, jogadores, árbitros e a todos para que se tenha um melhor atendimento — disse Tácito.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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