Depois de um dia decepcionante, com apenas quatro medalhas de bronze, o Brasil reencontrou o caminho do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto na noite desta quinta-feira, graças ao caratê, que colocou dois atletas do país no lugar mais alto do pódio.
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Brasil leva dois ouros e um bronze no 1º dia do caratê do Pan
No primeiro dia de competição do caratê, que não faz parte do programa olímpico, o Brasil estreou em grande estilo, com medalhas nas três categorias em disputa.
Valéria Kumizaki (até 55 kg) e Douglas Brose (até 60 kg) conquistaram o ouro, enquanto Aline Souza (até 50 kg) ficou com o bronze.
Carateca de SC, Douglas Brose vence venezuelano e conquista ouro no Pan de Toronto
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No total, o Brasil conquistou sete novas medalhas: dois ouros, duas pratas, ambas no atletismo, e dois bronzes.
Nos esportes coletivos, o handebol masculino e o vôlei feminino garantiram ao menos a prata ao se classificar para as finais. Já o futebol masculino ficou fora da decisão pelo ouro e continua amargando jejum no Pan, desde a edição de 1987, em Indianápolis.
No quadro geral, o Brasil se firmou na terceira posição, com 34 ouros, 34 pratas e 53 bronzes (121 no total), ampliando a vantagem sobre Cuba (4º) e Colômbia (5°), que levaram apenas um ouro nesta quinta-feira, somando 26.
Medalhas distribuídas nesta quinta-feira no Pan
Valéria chora no pódio
Depois de proporcionar muitas alegrias ao Brasil no judô e na luta olímpica, o Mississauga Sports Centre voltou a ser palco de conquistas, com o caratê.
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Valéria completou sua coleção de medalhas em Pans, já que havia conquistado a prata em casa no Rio de Janeiro, em 2007, e o bronze há quatro anos, em Guadalajara.
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Numa final muito parelha, a paulista de 30 anos venceu a canadense Kate Campbell por decisão do árbitro, e chorou muito quando tocou o hino nacional.
Já Douglas Brose confirmou o favoritismo na categoria até 60 kg. Assim como Valéria, o bicampeão mundial somou sua terceira medalha pan-americana, depois dos bronzes do Rio-2007 e de Guadalajara-2011.
No estádio de atletismo da Universidade de York, o ponto alto do dia foi o duelo eletrizante entre a brasileira Fabiana Murer e a cubana Yarisley Silva pelo ouro na prova de salto com vara.
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Como em 2011, em Guadalajara, deu Cuba de novo, com o bicampeonato de Yarisley, que ainda quebrou o recorde pan-americano, com um salto de 4,85 m, contra 4,80 m de Fabiana, que se contentou com mais uma prata.
A brasileira de 34 anos, que foi campeã mundial indoor em 2010 e ao ar livre e 2011, tinha levado o ouro em casa, no Rio de Janeiro, em 2007.
O atletismo rendeu outra prata ao Brasil nesta quinta-feira, com Ronald Julião, que brilhou no lançamento de disco.
Já Luiz Alberto de Araújo faturou o bronze no decatlo, enquanto o também brasileiro Felipe dos Santos ficou na beira do pódio, na quarta posição geral.
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A nota triste do dia nas pistas foi a lesão de Ana Cláudia Lemos, que sentiu a coxa nas séries dos 200 m.
Melhor velocista do país na atualidade, Ana Cláudia não poderá disputar o revezamento 4×100 m, prova na qual as brasileiras defendem o título conquistado em Guadalajara. Ela também corre risco de ficar fora do Mundial de Pequim, em agosto.
Viradas no futebol e no vôlei
Além do caratê e do atletismo, o boxe também deu medalha ao Brasil, com Rafael Lima, que ficou com o bronze na categoria acima 91 kg.
O paraense de 32 anos já tinha medalha assegurada, e perdeu a chance de conquistar o ouro ao cair diante do venezuelano Edgar Mata na semifinal.
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Uma das maiores decepções do dia foi o hipismo, com o quarto lugar do salto por equipes. Foi a primeira vez que o Brasil ficou fora do pódio em 28 anos.
Outra desilusão ficou por conta do futebol. Depois do fracasso da seleção principal na Copa América, a Sub-22 perdeu por 2 a 1 para o Uruguai na semifinal, levando uma virada relâmpago nos minutos finais, após jogar boa parte do tempo com um homem a mais em campo.
O handebol não teve esse problema. Depois das mulheres, foi a vez da seleção masculina chegar à final, com vitória tranquila por 34 a 24 sobre o Chile.
Já o vôlei feminino passou um grande sufoco diante de Porto Rico. As atuais campeãs olímpicas perderam os dois primeiros sets, mas conseguiram uma virada espetacular, com parciais de 18/25, 24/26, 25/22, 25/19 e 15/11.
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* AFP