Dizem que todos temos um lado B, mas no caso do cantor e procurador da República do Ministério Público Federal em Joinville, Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, fica difícil definir. Afinal, o que veio primeiro, a paixão pela música ou pelo direito?
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Segundo ele, o amor pela música surgiu na infância. Filho de pianista, com 12 anos Mário começou a estudar em um conservatório em Tatuí, interior de São Paulo, próximo à cidade natal, Sorocaba.
– Acordava ouvindo meu pai tocar, então o gosto pela música começou muito cedo. Comecei tocando violão, principalmente MPB e bossa nova -, lembra.
Com 18 anos, na hora do vestibular, a música acabou ficando em segundo plano.
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– Cheguei a pensar em fazer o curso de música, mas dada a dificuldade de ser músico instrumental no Brasil, optei pelo direito -, conta.
Paralelamente, Mário sempre deu continuidade aos estudos de música e chegou a estudar blues e jazz por um ano e meio na universidade de Berkeley, em Boston, nos Estados Unidos. Mas foi só no ano passado que Mário Sérgio, que atua na procuradoria há oito anos, cinco deles em Joinville, se lançou no mercado da música profissionalmente, lançando o CD “Xadrez Urbano”.
O álbum é um trabalho autoral, com músicas compostas por ele, algumas em parceria com músicos da banda, inspiradas em vivências pessoais e situações cotidianas, muitas relacionadas ao trabalho como procurador federal. Mas Mário procura separar bem as duas atividades.
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– Quando um músico tem outra profissão, é comum as pessoas pensarem que, para ele, a música é apenas um hobby -, justifica.
Ele inclusive adotou um nome artístico: quando músico, é Mario Ghanna. Já na procuradoria, ele assina Mário Sérgio Barbosa. E o músico-procurador vem conquistando vitórias nos tribunais e nos palcos.
Pelo menos duas faixas de seu CD, “É Cedo” e “Mãos ao Alto”, já tocam nas rádios de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Além disso, o músico deve lançar ainda neste mês quatro novas canções.
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No repertório, músicas que mesclam suas principais influências: MPB, bossa nova, blues e jazz. “Introduzimos no show o baixo acústico, o surdo e o pandeiro, para dar um toque mais brasileiro”. Tudo acrescido de uma pitada de crítica social.
– As situações que vivo na procuradoria são sempre uma inspiração. A música ?Mãos ao Alto?, por exemplo, escrevi depois de vivenciar uma situação na região, um político que foi preso.
Na ocasião, ele retrucou um policial que lhe disse “a sua casa caiu” afirmando, confiante, que dentro de um mês ninguém mais lembraria daquilo.
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– A certeza da impunidade me indignou e acabou inspirando a música -, revela.