O morador de Palhoça Nédio Halembeck queixa-se da situação da rua onde mora após as fortes chuvas que caíram na região durante o Carnaval. Além dos buracos, Nédio relata o aparecimento de caramujos africanos na rua Dorotéa Olinda Schlemper, na Ponte do Imaruim, quando a água baixou.

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A situação se repete em toda a Grande Florianópolis. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura Municipal de Florianópolis, nesta época do ano é comum o reaparecimento da espécie exótica de caramujos.

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Para conter o avanço do caramujo africano (Achatina fulica), principalmente na região norte da Ilha, a Prefeitura de Florianópolis em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas lançou nesta semana a campanha Caramujo Gigante Africano: É possível controlar. A intenção é educar a população acerca da identificação, extração e descarte corretos do caramujo africano.

O CCZ está distribuindo cinco mil folders explicativos pela cidade de Florianópolis, recebendo denúncias de localidades onde há a presença do molusco e realizando uma força-tarefa para eliminá-los.

– Depois que a chuva passa, os animais saem das tocas para se alimentar. Nessa fase, podem entrar em contato com humanos e destruir plantações. O calor facilita a propagação e tem-se um aumento sazonal comum – alerta o diretor do CCZ, Fábio Melo. A espécie chegou à Santa Catarina na década de 80 como alternativa ao consumo de escargot, mas logo foi descartada e proliferou-se.

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Entre as piores pragas do mundo

A União Internacional para a Conservação da Natureza considera o caramujo africano uma das cem piores espécies invasoras de ocorrência mundial. Isso porque o animal é o hospedeiro intermediário de dois vermes que podem causar meningite e problemas gastrointestinais em quem entra em contato direto com o muco produzido.

– Desde 2010, monitoramos a incidência da espécie. Colhemos cerca de 50 caramujos africanos a cada mês e enviamos ao Instituto Fiocruz, no Rio de Janeiro, para analisar se são espécies infectadas – explica o diretor do Centro, Fábio Melo. Em 2015, nenhuma espécie encontrada em Santa Catarina acusou a presença de algum dos vermes, mas mesmo assim o cuidado deve ser grande.

Identifique e elimine

A bióloga do Centro de Controle de Zoonoses, Cíntia Petroscky, orienta que o caramujo africano pode atingir até 15 centímetros e pesar 200 gramas. Segundo a especialista, a principal diferença entre ele a espécie comum de molusco está na concha.

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– A espécie exótica possui formato mais cônico. Outra maneira de identificá-lo é por meio da concha, que apresenta aspecto cortante próximo à cabeça e coloração marrom – detalha a bióloga.

Depois de identificá-lo, é importante remover a espécie do local, que costuma habitar terrenos baldios, como os da foto no bairro João Paulo, em Florianópolis. Cíntia recomenda o uso de luvas ou sacolas plásticas para proteger o contato da pele humana com o animal.

– Há duas opções de descarte do caramujo africano: queima ou uso de uma solução de hipoclorito (água sanitária). Em hipótese alguma a população deve despejar sal sobre o animal ou usar venenos contra moluscos – orienta.

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Achou? Avise

Viu algum caramujo suspeito em sua rua? O Centro de Controle de Zoonoses está recebendo alertas pelo telefone (48) 3338-9004, das 8h às 18h, e fornecendo orientações.

Caso a concentração de moluscos no local seja elevada, uma equipe da Prefeitura responsabiliza-se pela eliminação das espécies.