Desde o ano passado, moradores de Florianópolis e de outras cidades catarinenses têm se deparado com infestações do caracol-gigante-africano, conhecido popularmente como caramujo gigante africano, entre outros nomes. Esse molusco pode transmitir doenças, e na noite desta quarta-feira, um morador da Capital gravou um vídeo onde mostra vários deles em um canteiro na beira-mar Continental.
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Esses moluscos são responsáveis pela transmissão de vermes que causam doenças graves como meningite ou angiostrongilíase abdominal, que pode resultar em óbito. O caracol-gigante-africano prefere locais onde o alimento é encontrado facilmente como entulhos, locais com acúmulo de lixo e hortas.
O vídeo foi gravado pelo jornalista Gonzalo Pereira, que registrou diversos moluscos. Ele caminhava para acessar a calçada da beira-mar Continental, próximo à Ponte Hercílio luz, quando se deparou com os caracóis.
Como esses moluscos têm aparecido cada vez em maior número, em 2017 a Divisão de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) lançou um informe técnico para o controle da Achatina fulica, nome científico do caracol. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), esse molusco não possui predadores no Brasil, e por isso a população tem aumentado.
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O único método que tem trazido resultados, segundo a Dive-SC, é a coleta e destruição dos animais. Medidas de saneamento ambiental nas cidades também são importantes para o controle da população de roedores, já que são os hospedeiros definitivos e reservatórios da verminose.
A Dive/SC não realiza o monitoramento deste tipo de molusco, e todas as ações são de responsabilidade dos municípios através do serviços de Vigilância em Saúde.
Como identificar um caracol-gigante-africano
O caracol exótico, à esquerda na foto, não deve ser confundido com o caracol nativo brasileiro, pois, segundo a Dive-SC, a eliminação do caracol pode implicar no desequilíbrio ecológico da fauna brasileira. Uma imagem divulgada pela Divisão de Vigilância Epidemiológica diferencia as espécies.

Como eliminar os caramujos
Os moluscos devem ser coletados dos locais onde forem encontrados e descartados corretamente, seguindo as orientações da Dive-SC:
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– Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caracol;
– Em caso de contato acidental, lave as mãos com água e sabão;
– Recolha também os ovos da Achatina fulica, que ficam semienterrados;
– Coloque em ambiente adequado para incineração (incinerador, forno, latão);
– As conchas devem ser quebradas utilizando um martelo ou pisando em cima com calçado adequado (tênis ou botas);
– Podem ser despejados em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou de lençol freático.
– Coloque sempre que possível uma pá de cal virgem para impermeabilizar o solo e para não atrair outros animais, principalmente se uma grande quantidade for coletada (cuidado, a cal queima a pele), fechando a vala com terra;
– Retire as luvas e lave muito bem as mãos.