A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, e o partido do governo desconsideraram nesta segunda-feira as insinuações de que o presidente Nicolás Maduro tenha também a nacionalidade colombiana, o que, segundo a oposição, o inabilitaria ao cargo.

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“A redatora do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, mostrou em uma ocasião a certidão de nascimento (…) do presidente. Ratifico-o, então, entendo que o presidente é venezuelano”, disse Ortega em entrevista à emissora privada Globovisión.

A comissão de assuntos civis do Parlamento – de maioria opositora – investiga se o presidente socialista tem dupla nacionalidade, a pedido de um grupo de venezuelanos que alega “dúvidas razoáveis” sobre sua origem, “devido a que até agora se negou a exibir sua certidão de nascimento”.

Uma cópia do documento que certificaria que Maduro nasceu em 23 de novembro de 1962, em Caracas, foi apresentado pelo titular do CNE em outubro de 2013, durante entrevista transmitida pela televisão.

Mas a deputada Degnis Fernández, integrante da comissão que questiona o caso, desafiou Maduro a apresentar a ata original, destacando ter documentos que provariam que sua mãe nasceu na Colômbia que, portanto, o presidente também é colombiano, o que, em seu julgamento, o impediria de continuar no cargo.

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O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, reduziu a importância destes questionamentos, indicando que se trata de uma reciclagem de “velhas coisas” e “artimanhas” da oposição para distrair o governo de seu principal objetivo: a solução da grave crise econômica.

Em um cenário recessivo e de alta inflação (180,9% em 2015), Maduro, eleito até 2019, enfrenta uma ofensiva da oposição para antecipar sua saída do poder mediante um referendo revogatório ou uma emenda constitucional que encurtaria o mandato, acompanhados de mobilizações exigindo sua renúncia.

Maduro negou várias vezes os boatos sobre sua nacionalidade, denominando-os de “invenções dementes” da direita para derrubá-lo.

* AFP