O candidato opositor venezuelano Henrique Capriles alertou que “pretendem mudar a vontade expressada” nas urnas nas eleições presidenciais deste domingo.

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“Alertamos o país e o mundo sobre a intenção de mudar a vontade expressada pelo povo” venezuelano, escreveu no Twitter, pedindo a seus apoiadores que repassassem a mensagem.

Capriles pediu à presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, que fechasse totalmente as mesas de votação, denunciando que mesários deixam pessoas votarem em algumas seções já encerradas, com a intenção de distorcer a vontade popular.

O vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, reagiu advertindo que Capriles e a oposição devem ter “muito cuidado” com as denúncias. “Vamos ter consciência e respeitar o povo, nossos filhos e filhas, nosso futuro”.

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“Se vocês têm algum tipo de denúncia, aqui há instituições, há o Conselho Nacional Eleitoral. Oxalá isto seja (a denúncia) porque ‘hackearam’ a conta de Capriles como ‘hackearam’ a do presidente Nicolás Maduro”, disse o vice-presidente.

O chefe da campanha ‘chavista’, Jorge Rodríguez, qualificou a denúncia de Capriles de “provocação” e “expressão da permanente agressão contra a institucionalidade democrática venezuelana”.

Mais cedo, Rodríguez havia denunciado um ataque de hackers “à conta do nosso presidente (interino), candidato da pátria e filho de (Hugo) Chávez, Nicolás Maduro, e à conta do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)”.

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A ação “é mais uma amostra do grande desespero (da oposição) e queremos fazer um apelo ao comando antichavista para que conserve a calma, que na democracia se ganha e não se perde”, disse Rodríguez, atribuindo o ataque a “inescrupulosos e promotores da guerra suja elaborada a partir de Bogotá”.

No sábado, Maduro denunciou uma “guerra suja que fazem a partir de Bogotá contra a paz na Venezuela, contra minha pessoa e contra o presidente”.

Maduro acusou o assessor político venezuelano Juan José Rendón de dirigir um “grupo de guerra suja para envenenar o clima eleitoral e inocular ódio que provoque violência na Venezuela”. J.J Rendón, como é mais conhecido, assessorou os presidentes venezuelanos Carlos Andrés Pérez e Rafael Caldera durante suas campanhas vitoriosas para as eleições de 1987 e 1993.

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Três horas depois do fim do horário estipulado para a votação, 3% das sessões permaneciam abertas, aumentando as suspeitas sobre a lisura do pleito.

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