Com um dossiê que, segundo ele, continha 3,2 mil infrações à lei eleitoral venezuelana em mãos, o candidato da oposição, Henrique Capriles, discursou com furor e afirmou que não tolerará o resultado das eleições:

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– Não pactuo e muito menos pactuo com a ilegitimidade -, falou Capriles a uma multidão de apoiadores no Comando Simón Bolívar, em Caracas.

O opositor de 40 anos foi rápido em pedir uma recontagem dos votos:

– Não vamos reconhecer o resultado até que sejam contados todos os votos dos venezuelanos. Um a um.

Sobre seu crescimento na votação final – na eleição de 2012, foram 10 pontos percentuais de diferença para Chávez, contra um ponto apenas no pleito de domingo – o candidato agradeceu aos votantes do partido oficial que repensaram sua escolha:

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Devo agradecer ao quase um milhão de votos que saíram do partido oficial para votar em Capriles. Isso fala pelos presos políticos, demonstra que o país espera liberdade, que quer reverter o pacotaço, quer aumento dos salários. Respeito profundamente ao povo que votou por uma nova opção. Mas quero respeito por este povo.

Entre as irregularidades documentadas em seu dossiê, Capriles citou dificuladades como a votação após o fechamento das sessões, o uso das forças públicas para amedrontar votantes e uma suposta confusão na apuração dos votos vindos do Exterior:

– Queremos acesso a todas as papeletas, todas as caixas, todas as atas. Queremos a revisão detalhada deste processo, frente ao país e ao mundo.

E terminou questionando, novamente, a legitimidade do pleito:

– Senhor Maduro, se antes você era ilegítimo, hoje está ainda mais carregado de ilegitimidade. Quero dizer ao candidato ao governo que o derrotado hoje é o senhor e tudo o que o senhor representa. Digo à Venezuela que isso é um “por enquanto”.

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