A Capitania dos Portos de Itajaí abriu um inquérito para apurar o acidente que vitimou um jovem de 23 anos na tarde de domingo. O barco estava atracado no píer turístico de Itajaí, quando Gabriel Campos Moura subiu num parapeito para tirar uma foto e caiu. O estudante de Direito teve traumatismo craniano e permanece na UTI do hospital Marieta Konder Bornhausen.

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O acidente foi na tarde de domingo. Por volta das 13h, os familiares de Gabriel estavam na piscina do barco, um bordo abaixo de onde o rapaz estava quando foram chamados. De acordo com a mãe dele, Silvana de Moura, 47 anos, o jovem estava com um amigo e decidiu subir num parapeito para tirar uma fotografia.

– Tinha chovido e molhou um vidro que tinha embaixo, aí ele escorregou e caiu – conta.

Ele caiu um bordo abaixo de onde a família estava. Imediatamente Gabriel foi atendido pelo médico do navio e levado ao hospital pela ambulância que fica à disposição dos transatlânticos, segundo a secretaria de Turismo de Itajaí. Desde que sofreu o acidente Gabriel permaneceu sedado. Silvana diz que ele teve muita sorte, pois caiu de lado e por conta disso não sofreu nenhuma fratura, exceto o trauma na cabeça.

– Se ele tivesse caído de ponta poderia ter sido bem pior – diz esperançosa.

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Além de Silvana e Gabriel, outras cinco pessoas da família participavam do cruzeiro a bordo do Imperatriz, do armador Pullmantur Cruises. O pai do jovem, Rosivaldo de Moura, ficou hospedado com a esposa em Itajaí para ter notícias do filho.

– Os outros continuaram, não havia o que eles fazerem aqui, mas estão todos apreensivos.

O acidente de Gabriel perturbou a todos na embarcação. Silvana conta que esse era o primeiro cruzeiro da vida de Gabriel e o primeiro que a família, de Santa Bárbara do Oeste (SP), fazia junta. A mãe de Silvana foi informada superficialmente sobre o acidente com o neto para não passar mal.

O Imperatriz partiu às 21h do dia do acidente do píer de Itajaí com destino a São Francisco do Sul. Aproximadamente 1,8 mil pessoas estavam a bordo. Nesta terça-feira a embarcação deve chegar a Santos, de onde partiu no último sábado.

Pai questiona descaso do armador

Muito abalado com o estado de saúde de Gabriel, Rosivaldo de Moura se manteve calado enquanto aguardava o horário para poder visitar o filho na UTI do Marieta. O silêncio só foi quebrado quando, com os olhos vermelhos, mencionou que a empresa que opera o navio não entrou em contato com a família para oferecer assistência.

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Silvana diz que ao entrar na embarcação os passageiros foram avisados sobre procedimentos de segurança como o uso de colete salva-vidas, mas não havia fiscalização no parapeito de onde Gabriel caiu. Por meio de nota, a Pullmantur informou que uma equipe acompanhou o jovem até o hospital e que lamenta o ocorrido.

Capitania tem 40 dias para apurar causas

Como só foi informada nesta segunda sobre o acidente, a Capitania dos Portos vai esperar que o Imperatriz retorne a Itajaí para ouvir o comandante e o médico que atendeu Gabriel. O Comandante Anselmo Mattos diz que o inquérito, que pode apontar se houve ou não negligência, tem até 40 dias para ser concluído.