O vento que soprou com intensidade durante a terça-feira em Jurerê foi um prenúncio animador para os cerca de 150 participantes inscritos na Copa Brasil de Vela. Com as condições favoráveis, os competidores prepararam os barcos ao longo da estrutura do Iate Clube Santa Catarina antes de levar o equipamento para o mar.

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No palco da competição, foi comum ouvir conversas em outros idiomas além do português, sendo espanhol e inglês os mais frequentes. Isso porque a competição tem atletas de outros países, como Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Trinidad e Tobago e Uruguai.

Para os brasileiros, a competição tem peso ainda maior. Além da vaga para os Jogos Pan-Americanos do próximo ano em Lima (Peru), os vencedores das categorias olímpicas devem compor a equipe brasileira de 2019 que irá se preparar para os Jogos de Tóquio, em 2020. Não à toa, portanto, a Copa Brasil é considerada a competição mais importante do país na modalidade.

Entre os competidores brasileiros, um grupo de baianos trouxe até caixa de som para relaxar antes da competição. Com músicas que variavam de Araketu a Nando Reis, os atletas arrumavam os últimos detalhes do equipamento antes de levar o barco para a praia enquanto cantaram alguns versos das músicas.

Competindo pela classe snipe, Marina Arndt, de 17 anos, disputa a Copa Brasil pela segunda vez. O deslocamento de 2,5 mil quilômetros foi um pouco mais complicado do que ela esperava, mas não tirou a animação da jovem atleta que compete com os demais baianos no Iate Clube de Salvador.

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— Florianópolis é bem longe, então não tem voo direto. Também tivemos problema com o caminhão que traz os barcos, já que era muito grande e não passava pela entrada do Iate Clube. Mas o esforço vale a pena porque o evento é importante e depois de um tempo a rotina de viagens e competições se torna algo normal — explica a atleta.

Mais experiente em Copas Brasil, Juninho Jesus, 29 anos, veio de Ilha Bela (São Paulo) com expectativa de lutar pela vaga nos Jogos Pan-Americanos. Enquanto passava o protetor solar, o velejador relembrou outras competições que disputou em Florianópolis e comemorou as condições climáticas.

— Hoje o vento está muito bom, para nordeste, na direção correta, o que promete boas regatas. Apesar de já ter participado algumas vezes da Copa Brasil. é sempre diferente pela sua importância, ainda mais quando há possibilidade de vaga para os Jogos Pan-Americanos — destacou.

Por volta do meio-dia, os barcos começaram a deixar o pátio do Iate Clube em direção à praia. Um a um, os velejadores entraram no mar e se colocaram nas três raias que dividem os competidores das 13 classes da Copa Brasil: Kitefoil, Nacra 17, 49er, 49er FX, Finn, Laser Standard, Laser Radial, RSX Masculino, RSX Feminino, 470 Masculino, 470 Feminino, Snipe e Lightning.

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O apito dos árbitros, que tem som alto para que os competidores ouçam a metros de distância no mar, começou a ser tocado a partir das 13h. Após cinco minutos para os procedimentos de largada, os velejadores iniciaram a primeira regata da edição 2018 da Copa Brasil. E enquanto não soar o anúncio final da competição, no sábado, Florianópolis continuará sendo a capital brasileira da vela.