Terça passada levei um gancho de 24 horas do Facebook. A primeira reação ante o bloqueio foi reiniciar o iPhone, imaginei ter dado um “pau” qualquer. Nada! Qual seria o motivo? Algumas senhoritas virtuais postadas pelos gaiatos num dos meus grupos, mesmo conhecedoras de um sem-número de acrobacias, não teriam a capacidade de saltar do WhatsApp para a minha timeline e enxovalhar meu bom nome ou ruborizar castos. Então, o que tanto magoou os monitores de Mark Zuckerberg ou os dedos-duros mal-humorados? Fui ver. Por exclusão, deve ter sido a piada que segue (ih, deu um trabalho pra arrumar o português…), na íntegra:

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“Você notou que muitos nomes de anjos como Gabriel, Rafael, Miguel e outros mais, todos terminam com ?el?? Com base nos escritos de estudiosos sérios, teólogos e rabinos, alguns desses nomes foram decifrados: ?el?, em hebraico, significa Deus. Gabriel: ?aquele que Deus enviou?, ou mensageiro de Deus. Rafael: ?a cura de Deus?, ou o anjo da cura. Miguel: ?igual a Deus? e por aí vai… Sendo assim, veja abaixo as novas descobertas relativas aos estudos desses seres protetores. Novos anjos: Aluguel – anjo mau, não deixa a pessoa conseguir sua casa própria; Embratel – anjo protetor do monopólio das comunicações; Chanel – anjo protetor dos costureiros, estilistas e outros. Papai Noel – anjo protetor do comércio, só aparece no fim do ano para acabar com seu 13º, anda sempre acompanhado pelo anjo Jingobel; Tonel – anjo protetor dos anômicos alcoólatras e bêbados em geral; Pastel – anjo protetor das colônias japonesas e chinesas, os donos de pastelarias; Gel – anjo que protege as pessoas com cabelos rebeldes; Manoel – anjo protetor das piadas preconceituosas; Anatel – anjo criado em Brasília, que não serve para nada. Motel – esse serve para fazer mais anjos. Repasse para os grupos kkk. Enviado do meu iPhone”.

A piada – bem brasileira – não é tudo aquilo, mas provoca sorrisos. Particularmente gostei dos “anjos” Aluguel, Embratel, Papai Noel, Jingobel e Anatel. Semana passada, levantei uma lebre aqui: o ateísmo. O assunto baseado num artigo de Daniel Sottomaior estava antes para estatístico – comparava povos mais ou menos comprometidos com seus deuses. Também reivindicava reconhecimento e voz para ateus e agnósticos. Num mundo politeísta, onde cada religião não abre mão do seu “Deus Único”, bom e justo, a convivência para quem resiste ao criacionismo nunca foi fácil.

Só pode ter sido isso. Por evocar anjos, os mensageiros dos céus, devo ter acalorado a ira e o patrulhamento de alguns fiéis e a política correta do Facebook. Pelo sim, pelo não, esta coluna não vai para minha linha de tempo. Vai que… Outro gancho não!

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