Einstein deixou uma frase lapidar para os terráqueos, certamente conhecida pelo caro e paciente leitor: “Duas coisas são infinitas, o Universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao Universo, ainda não tenho certeza absoluta”. Pois, vejam só! Nos últimos dias as mídias comemoraram um reparo muito particular feito em placas indicativas na BR-101 lá pelas bandas de Itajaí. Elas agora, enfim, depois de décadas, orientam claramente os motoristas vindos do sul que querem acessar a Rodovia Jorge Lacerda a como chegar a Blumenau! Para mim, não há prova mais evidente da incompetência e despreparo do servidor público brasileiro no quesito pensar o município, estado ou país. No todo ou em detalhes.
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Ora, direis, placas? Sim, prosaicas e eficientes placas. Há exatos oito anos, deixei neste espaço uma coluna sob o título “Babel”, abordando justamente este incômodo. Destaco um trecho melhorado: observe o que acontece num determinado ponto da BR-101 no entroncamento com a rodovia Jorge Lacerda – o popular Trevo de Itajaí. É uma autêntica babel de informações. Imagine um turista, do Alegrete (RS), por muito ter ouvido falar da nossa região convida a família para conhecer o Vale do Itajaí. O desavisado chefe de família ao alcançar o tal ponto da 101, já cansado e com hotel reservado em Blumenau, vê-se ali em ímpetos de encostar o carro e pesquisar a sinalização à pé.
Claro, quem usa o trecho regularmente nem se liga na orientação. Com o suposto visitante, porém, se daria algo mais ou menos assim: ao vir pela 101, perto de Itajaí, leria “Blumenau – acesso a 5 Km”. Em seguida, “Curitiba/Itajaí”. Tudo bem. No entanto, ao se aproximar do tal acesso, ainda na rodovia, antes do elevado, perceberia à direita uma placa dizendo apenas “Ilhota” (nada de Blumenau). Já na variante, outro aviso: “Itajaí/Joinville/Pomerode” (nada de Blumenau). Mais uns metros e lá estaria novamente num enorme quadro em letras garrafais “Ilhota”, com ares de ser esta a cidade mais importante do Vale (e nada de Blumenau…). Em seguida, já sob o viaduto, se depararia com o aviso “Florianópolis – Retorno”. E, antes de cruzar a pista que vem do norte para pegar a Jorge Lacerda, veria, mais uma vez, firme e isolada sobre um canteiro, nova tabuleta em tipos bem maiores que todas as demais… dizendo o quê? Acertou: “Ilhota”!
– Mas bah! Essa tal de Ilhota deve ser a capital do Vale…
– Não, querido, é Blumenau. Eu li.
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– Ilhota não é aquela da indústria da calcinha?
– Então, as placas são por isso?
– Não, se é pela indústria, Pomerode é mais importante. Tá na Zero Hora…
– Ok, esquece essa “Ilhota” e toca em frente. Vai que dá em Blumenau…
Episódios assim ocorreram por décadas, e nenhum politiquete ou lotado no Denit se ligou. É a estupidez humana na velocidade da luz.