Inicio esta coluna no escuro. São quase 17 horas de quarta-feira, 7 de dezembro. Gremistas espalhados pelo país, sem festejar um título decente há 15 anos, esperam ansiosos para a noite do segundo jogo da decisão da Copa do Brasil contra o Atlético, o Galo Mineiro.

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Mesmo detendo uma considerável vantagem – dois gols à frente e jogando em casa -, o incômodo mote “futebol não tem lógica” lota a cabeça do mais confiante tricolor. Você, caro e paciente leitor, nesta parte da coluna conhece o desfecho. Eu não. Somente no final destas mal tecladas saberei o que você sabe agora.

Torcer pelo Imortal não tem sido fácil. Nossos arquirrivais, os colorados, ultimamente andaram ganhando alguns campeonatos e, lá pelas contas deles, se autodeclararam “campeões de tudo”. Adicionaram nisso umas taças meio bobinhas, no entanto, na lista consta o campeonato mundial de clubes conquistado em Tóquio contra o praticamente imbatível Barcelona.

E o pior: aquele 1 a 0 foi obra de um de tal Gabiru, num lance de pura c…, digo, sorte. Sabem o que mais? Depois disso, esse cara andou por aqui amargando o banco na nossa triste Série C. Pode? É, futebol não tem lógica mesmo.

No momento, nosso consolo com relação ao Internacional se resume numas amargas goleadas aplicadas neles. Ah, os “moranguinhos” também estão na boca da Segundona.

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Os deuses do futebol, porém, andam meio atrapalhados. Além de permitir que os times brasileiros sejam assaltados por uma safra de árbitros merecedores da pena capital, ainda dizimaram assim, sem mais nem menos, a Chapecoense, um fantástico e diferenciado escudo que a essas alturas dispensa qualquer comentário. Portanto, com esses apitadores, não dá para saber na real se o Inter vai pro beleléu. Bem, paro por aqui. Concluo a coluna amanhã. E que vença o melhor uma ova. Que vença o Grêmio!

Quinta-feira, 8 de dezembro. Volto coincidentemente no mesmo horário. Ufa! É pentacampeão! O Grêmio é o maior vencedor da Copa do Brasil, o rei das Copas do Brasil! Alma lavada. Penso que muitos desportistas já tentaram definir esta sensação. É só futebol?

Sim, é só futebol, é torcer, sofrer, xingar e vibrar sem estar em campo, mas é como se estivesse. Sei lá, não tem definição. Enfim, a festa não pôde ser mais bela e completa. Seria injusto o Galo nos surrupiar essa em plena Arena tomada de um azul entre o céu e o mar, um preto firme e um branco purificador de maus-olhados. Tudo salpicado de um forte verde-chapecó.

E no final, de quebra, um toque magistral no espetáculo. Dois equatorianos adversários – Bolaños y Cazares – mesmo entrando “no apagar das luzes” mostraram que o futebol-arte não é coisa para ficar no passado. Um sacramentou o título com oportunismo de craque; o outro mostrou a Pelé como se faz um gol lá de antes do meio-campo, sem se importar se o jogo já estava perdido.

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Então tá. Até a pé nós iremos