Hoje, mais do mesmo. Cesare Battisti voltou às manchetes. Ativista, com quatro homicídios nas costas, cometidos na Itália nos anos 1970 e sentenciado à perpétua, refugiou-se no Brasil em 2007. Pra encurtar: o governo italiano pediu sua extradição; o STF autorizou, porém, Lulinha Paz e Amor, o afeito a contravenções, melou o pedido em 2010. Livre e leve, Battisti curtia os trópicos até que esta semana os italianos tentaram novamente sua deportação. Sem a blindagem petralha, pulga na orelha, o terrorista já estava pronto para virar “boliviano” quando a polícia interveio. Vamos ver se desta vez despacham a mercadoria contaminada.

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Em contrapartida, vocês se lembram dos boxeadores cubanos? Os favoritos ao ouro, que pediram asilo ao Brasil durante o Pan 2007? Pois é, foram reconduzidos em tempo recorde aos braços dos hermanos Castro, num gesto de pura subserviência ideológica e puxa-saquismo. O Inmetro nem tomou conhecimento. Só no Brasil…

Houve outra situação emblemática com o inglês Ronald Biggs. Assaltou o trem postal da Rainha em 1963, foi pego, condenado, escapou, deu umas voltas pelo mundo e em 1970 vazou pro Brasil. A Scotland Yard localizou Biggs no Rio, mas por uma convergência de particularidades do regime militar não pôde ser extraditado. O velho assaltante, de calção e bronzeado, era figurinha fácil nas praias cariocas. De português quase fluente, frequentava o jet set, dava entrevistas a TVs e tinha filho com namorada brasileira. Como seu status de foragido não lhe permitia trabalhar legalmente, logo xícaras e camisetas com sua estampa surgiram em pontos turísticos. Por alguns dólares, você podia almoçar e bater um papo com o charmoso anti-herói. Ficou 31 anos. Morreu numa casa de idosos em Londres em 2013. Está tudo no Google.

Inacreditavelmente o anti-herói brasileiro do momento é Lula. Só tem um problema, o cara não pode curtir publicamente seus 30% de adictos. Na praia em que deseja se bronzear seria insultado e os locais onde seria reverenciado já não são mais a sua praia faz tempo.

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