O que nos aconteceu, afinal? Treze longos anos… uma longa treva de 13 anos. Fomos tomados voraz e atabalhoadamente por uma correição de saúvas desorganizadas. Saúvas lideradas por um rei atormentado, mal-intencionado, inculto, mal-educado, incapaz, metido a esperto e desgraçadamente mentiroso. O quê? Alguém aí ainda toma as dores desse infeliz? Por favor, abandone a leitura sem cerimônias, você é livre. Use esta liberdade que, se não percebeu, esteve muitas vezes a ponto de lhe ser tomada nesses últimos longos 13 anos. Sim, o Brasil acordou. Ufa! Quer dizer, acordou assim, assim. Quantas vezes cochilamos e voltamos a sestear em 516 anos? O Brasil é um organismo com baixa imunidade.

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Não, caro e paciente leitor, nada de números. Chega disso. Se não os conhecemos de cor, são desnecessários, já impregnam silenciosamente nossa pele no decorrer do período. É hora de cada um segurar essa trolha, ajudar a arrumar a casa suja deixada para trás. Não passamos de uma descomunal massa de manobra ainda facilmente seduzível pelos tais espelhinhos, lembram?, aqueles dos livros de História oferecidos aos silvícolas. Como podemos ter sido enganados por tanto tempo por tão poucos? Treze anos! É hora de fazer bom uso de nossos espelhinhos. E que cada um se examine cuidadosamente. Mea-culpa!

Recebi um vídeo: sujeitinho flagrado com a perna falsamente engessada se dirigindo ao INSS. Tais truques – de infinitas facetas – habitam naturalmente os corredores da perícia médica. Outra: não bastasse o cenário deplorável das contas nacionais (destaque para o Rio de Janeiro), aos geniais vereadores fluminenses, depois de um provável delírio em bloco, ocorreu propor em votação que, cumpridos os mandatos, seus proventos fossem vitalícios. Li-qui-dos! Exemplos do tipo existem a rodo. O Brasil é assim. Além da “vantagem em tudo” no DNA, fomos habituados à dependência do estado, à sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais. Nada mais natural para nós que um governo provedor.

Pergunte ao funcionário dissimulado, aquele sempre pronto a levar o empresário à justiça, de onde vem o dinheiro de sua vultosa e imerecida indenização. Não sabe. Ao gado votante não foi dada a oportunidade de conhecer as mais básicas leis da economia, não imagina haver uma relação íntima e indissociável entre produção e consumo. Para os tangidos, o dinheiro cresce nas árvores dos empreendedores. Essa idéia persiste no imaginário da maioria dos brasileiros – sobremaneira eleitores de Lula, os contra o impeachment e fascistas lotados em algum aparelho petista.

Por ora, festejemos, sim, o alijamento do PT. No entanto, com todas essas barbas de volta ao “look”, melhor pô-las de molho. A piromania não tem só 13 anos.

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