Não, não me refiro ao acaso genético, é gente feia por dentro. Feiura forjada muito cedo em seus redutos, aproveitando-se da conhecida subserviência e ingenuidade do povão iletrado. No entanto, a má-formação intestina dessas vossas excelências, sempre revestidas de falsos salamaleques, com o tempo acaba por vir à tona e deforma também as carcaças. Sempre tive esta sensação. Ponham na tela os plenários em um dos seus “dias santos” e verão.

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Coincidentemente, faz uns dias, Arnaldo Jabor deu tintas mais exatas a uma dessas sessões: “É uma feiura que foi se compondo, se estruturando, pelos anos de vida política, por anos de práticas malandras em busca de mais poder ou corrupção. Lá estão os rostos marcados por muito tempo de sorrisos cínicos, lá estão as falsas caras-de-pau diante de provas cabais, os beiços caídos de tanto puxar sacos (…), a obesidade de centenas de jantares de compadrio dos angus e churrascos nos currais dos eleitores”. Perfeito.

E a previdência? Pois nessa terra devastada, a média de aposentadorias do setor executivo é de 9 mil reais; para o legislativo são 28 mil; o judiciário fica nos 25 mil e o ministério público navega acima de 30 mil. E o setor privado? Haha! Fica com medianos 1,6 mil. Resumo: o setor público drena por ano 115 bilhões para um milhão de deitados e o setor privado gasta apenas 500 milhões com… 33 milhões de ex-trabalhadores. Síntese dos últimos 15 anos: 1,3 trilhão de déficit público para um milhão de improdutivos e 450 bilhões de reais para 29 milhões que produzem.

Que merda! Um país rico e descomunal, vivendo seus piores dias, acossado insistentemente por ideólogos baratos em busca de um regime que historicamente faz vista grossa a nomenclaturas? Acrescente-se ao quadro uma corrosão social difícil de ser contida: neste exato instante, incontáveis corpos sem noção de coisa alguma se fundem para engordar a já incabível multidão de 13 milhões de analfabetos absolutos, em grande parte resultado do desvio das verbas destinadas à educação. É deste obsceno espetáculo que sairá um novo presidente e uma leva de deputados e senadores em 2018. Serão eleitos por gente jogada na ignorância que irá às urnas com ódio da própria existência.

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