A música corre no sangue de François Muleka. Os pais, naturais da República Democrática do Congo, eram músicos profissionais antes de se tornarem professores. Ele explica que sempre esteve em contato com a música brasileira “remisturada” com a africana. Nascido em São Paulo em 1985, mudou-se para a Bahia e veio para Florianópolis há 10 anos. Descobriu-se músico de repente, enquanto tocava e se dedicava a outras atividades. Em 2013, lançou com o grupo Karibu o álbum homônimo. No ano seguinte, veio o primeiro CD solo, Feijão e Sonho. Para 2015, a meta é lançar um ao vivo com o Karibu e o disco O Limbo da Cor, resultado do encontro com o baterista Jean Boca e participação do guitarrista Samuca Chiodini.

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Relação com a música

Posso dizer sem forçações de barra poéticas, que a música é algo que nem sei se gosto, porque é natural como o ar para mim. Nunca estive sem música por perto ou desvinculado dela. O fato é que, como o corpo precisa se alimentar, descobri na música uma oportunidade de trabalho, um meio de subsistência. Mas ela enquanto alimento para o espírito, alma, intelecto ou qualquer coisa que move e habita este corpo, está lá desde que tomei consciência de mim mesmo. Por isso a música não define minha personalidade, a música que faço é manifestação da minha personalidade.

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MÚSICA MARCANTE

Tânia, do CD HandMade, do Guinha Ramires e Alegre Corrêa. A música é do próprio Guinha (foto). Ao longo dos últimos 10 anos ela me acompanhou em momentos diferentes e de algum jeito virou a foto de minha vida em Florianópolis.

SHOW IMPERDÍVEL

Metá Metá (trio paulista que celebra os sons africanos misturando-os a ritmos como jazz, samba e metal, por exemplo) na Casa de Noca em Florianópolis. Não me lembro o ano, mas aquilo foi incrível. Muito especial ver que um show daquele aconteça na nossa cidade por esforço de gente que gosta de música e que o público tenha comparecido em peso, cantado as músicas, pulado, dançado e se emocionado com aquilo. Foi muito especial.

Não pode faltar

:: PARA OUVIR ENQUANTO PASSEIA

The Lady in the Moon, de Gabor Szabo

:: PARA MOSTRAR PARA UM AMIGO

Carnaval del Buratino, de João Amado

:: PARA OUVIR QUANDO SENTE SAUDADE

Porque Querer, de Márcio Faraco

:: UMA QUE DEFINA VOCÊ

Cânfora, uma música minha

:: PARA CAIR NA REAL

Jodida Pero Contenta, de Concha Buika

PARA ASSISTIR

Tem na internet uma performance ao vivo em Londres do Sananda Maitreya (multi-instrumentista norte-americano) cantando Holding on to You. Muito lindo aquilo. Muito verdadeiro. O que mais gosto ali é como dá para ver a alma do cara impressa na voz.

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ESTILO QUE MAIS CURTE

Gosto de todos os estilos de música em que eu consiga sentir a sinceridade de quem compôs e de quem interpreta. Seria então o estilo “sincerão”. Não é uma nomenclatura oficial, mas todo mundo sente quando está ouvindo uma música “sincerona”. Neste sentido os artistas que mais me convencem e inspiram nos últimos tempos são o Jeff Buckley, o Alegre Correa (foto abaixo), o Charles Bradley e a Ana Paula da Silva.