O medo de assaltos levou o comerciante Fabrício Soares, dono de um minimercado na Rua Bahia, a uma atitude extrema. A partir de agora, o acesso ao estabelecimento vai se dar como em um banco ou em casas lotéricas. Os clientes terão de passar primeiro por uma porta giratória. O reforço na segurança foi feito terça-feira, após três meses em que Fabrício se dedicou a buscar formas de impedir a ação de bandidos.
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Só a porta giratória lhe custou R$ 10 mil, mas ele precisou fazer ajustes na entrada do minimercado, elevando os gastos em cerca de R$ 5 mil a mais. Para isso, Fabrício teve de usar boa parte do que economizou nos quase oito anos em que é dono do estabelecimento.
– A criminalidade e a impunidade estão grandes. Ficamos presos, de mãos atadas, enquanto os bandidos estão na rua – afirma.
Em 2010 ele foi vítima de um assalto, quando dois homens armados chegaram em uma moto e levaram R$ 300. Mas o maior prejuízo vem dos pequenos furtos: pessoas que entram com sacolas e embolsam as mercadorias. Para piorar, Fabrício só consegue flagrá-las mais tarde, pelas câmeras de segurança. Em um dos casos, três mulheres praticaram um furto avaliado em R$ 500.
Ele diz que 90% dos clientes aprovaram a porta giratória, mas alguns reclamaram de ter de deixar as sacolas do lado de fora. Fabrício acredita que, com o tempo, todos acabam se acostumando à nova realidade.
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– Vale a pena investir. A vida não tem preço – diz.
E agora?
A Polícia Militar reconhece que o número de assaltos está aumentando e que é difícil combatê-los pelo crescimento urbano, crise econômica e impunidade, entre outros motivos. Segundo o 2º tenente Rodrigo Geraldo Siedschlag, para reduzir os índices a PM faz barreiras nos bairros da cidade. Ele afirma ainda que a maioria dos envolvidos nestes crimes já tem passagens pela polícia.
CDL lança cartilha com dicas de segurança
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau (CDL), Hélio Roncaglio, afirma que a entidade recebe frequentemente ligações de associados pedindo reforço na segurança pública. Ele conta que não há um tipo de comércio mais visado pelos bandidos, todos são vítima em potencial. Em casos de roubos ou furtos, a recomendação da CDL é para que os lojistas registrem boletim de ocorrência na polícia.
– Muitos não fazem porque acham que não vale a pena – diz.
Segundo Roncaglio, em posse destes dados fica mais fácil para a CDL exigir segurança nas ruas e reforço no efetivo policial. Até o final do mês o órgão deve distribuir cartilhas com dicas de proteção para lojas e condomínios, elaboradas em parceria com a Polícia Militar.