“Cansaço, frio e trilhas longas”, define repórter do DC que já subiu o Morro do Cambirela, em Palhoça

Não tínhamos ideia do quanto representava subir os 1.043 metros de altitude do Morro do Cambirela e levamos todo o apetrecho para acampar: mochilas, barracas, comida, água. Há duas trilhas conhecidas e seguimos a dica dos moradores para subir por aquela que seria mais fácil. O início da trilha está sinalizado por uma placa. Dali em diante a subida começa.

Continuamos por um trecho longo cercado pela mata até que a trilha abre e ficamos expostos ao tempo – naquele dia muito calor já perto do meio-dia. Há pelo menos dois trechos onde cordas ficam presas para auxiliar a subida entre as pedras. Estes são os pontos mais complicados da subida. Normalmente se leva três horas para subir em ritmo de quem é acostumado a trilhas, mas nosso primeiro erro foi o excesso de peso. Levamos mais de cinco horas e chegamos exaustos ao pico.

Por este caminho não lembro de bifurcações na trilha e chegamos ao topo perto do fim da tarde. Nunca se sabe quem vai estar lá em cima e uns dos perigos quanto a segurança é que nem todos têm boas intenções. Esse é outro motivo para fazer a trilha em grupos – nós estávamos em nove.

Montamos o acampamento com pressa antes que escurecesse e ao cair da noite começamos a enfrentar a nossa terceira preocupação: o frio. Era agosto e o GPS de um amigo indicou 5º C perto da meia-noite.

Lá de cima o horizonte é estonteante e abrange uma imensidão do litoral de Santa Catarina. Quando anoitece, em menos de cinco minutos toda Ilha de Santa Catarina se acende como se ligada a uma tomada e o crepúsculo ganha as luzes da cidade.

Acordamos assim que o Sol nasceu com todo acampamento molhado pelo orvalho. Antes do meio-dia começamos a descida pela outra trilha. Esta sim é mais complicada. Ela desce pelo vale entre os morros e é toda cercada pela mata frondosa – perde-se a referência de localização e fica fácil de se perder. Nós apenas descíamos pelo vão com muitas pedras e árvores retorcidas ao que parecia ser um curso de água quando chovia muito. Chegamos ao final depois de três horas e meia.

Subir o Cambirela com boas condições de clima exige preparo e cuidados para não estar na trilha durante a noite e sempre é recomendado ir com alguém que tenha conhecimento do local. Não é um passeio para matar a curiosidade.