Com uma população de 720 habitantes, a Canhanduba é o menor bairro de Itajaí, de acordo com o IBGE. Lugar de gente que se acostumou à vida tranquila de interior, é o escolhido para fechar a série Itajaí Bairro a Bairro, que iniciou com o aniversário da cidade, em junho.
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Nos últimos quatro meses conhecemos pessoas e lugares de todo o município, numa deliciosa viagem que termina com a presença iluminada de Luiz Amândio Vicente, convidado para apresentar o bairro onde vive desde que nasceu, há 82 anos.
Vicente tem orgulho em jamais ter saído da Canhanduba. Diz que não vale a pena tentar a sorte em outro lugar, se a vida vai bem:
– Se tem o que comer, beber e como pagar as contas, está muito bom. Não dá para querer o mundo para si.
A Canhanduba, de fato, foi generosa com ele. No bairro, que Vicente conheceu coberto pela mata, ele constituiu família e criou oito filhos. Ajudou, com as próprias mãos, a construir a primeira escola e a igreja, que hoje, por uma questão de divisão geográfica, pertence a Camboriú.
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Vicente lembra quando só se entrava na Canhanduba de carroça, e a estrada que leva ao Rio do Meio sequer existia. O bairro vem crescendo mas ainda conserva o ritmo interiorano, com tranquilidade e vizinhos que se conhecem há muitos anos.
– Tem chegado gente nova. Por muito tempo, não havia ninguém aqui.
Vicente é dono de um salão de eventos onde, frequentemente, a vizinhança se reúne. Conhece a todos e chama os vizinhos pelo nome.
Católico, doou um terreno e vai promover um bingo para construir uma nova igreja para a Canhanduba, com auxílio da comunidade. O nome já foi escolhido: Nossa Senhora do Rosário.
Curiosidade
Fica na Canhanduba o maior complexo prisional da região. A área, comprada em uma parceria entre Balneário Camboriú, Camboriú e Itajaí, abriga presos condenados e provisórios. O complexo é considerado um dos mais seguros do Estado.
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Por que meu bairro é o melhor do mundo?
Em todo o Vale do Itajaí, não tem lugar melhor do que a Canhanduba. Aqui não pega enchente, tem médico, dentista, assistente social. Quem reclama, é de barriga cheia.