Quem é político sabe de cor e salteado: investir muito dinheiro em uma campanha não é sinônimo de eleição ganha. Mas também é verdade que aquele que deseja brigar por um lugar na Câmara de Vereadores tem de ter uma boa grana disponível. Ainda que dependa mais de doações do que do próprio bolso.
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Não são poucos – nem baratos – os gastos de um candidato. É necessário investir basicamente em infraestrutura e material de campanha.
Os mais organizados e preparados para encarar a disputa instalam um QG, contratam panfleteiros e carros para divulgar a candidatura. Normalmente, a produção de rádio e TV é paga pela campanha majoritária. Ocorre que um ou outro candidato, para fugir da gravação padrão, investe um extra para ter um material diferenciado.
– Na última campanha, gastei R$ 15 mil só com a produção de TV – conta um candidato.
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Outro gasto considerável é com santinhos, adesivos, placas, cavaletes, banners e faixas. Para baratear os custos com a gráfica, grandes quantidades são encomendadas, seja pela coligação ou pelo candidato.
Quem encomenda 100 mil unidades de santinhos 7 x 10 (esse é o mais usado pelos candidatos) pode pagar R$ 15 o milheiro. O custo aumenta para R$ 110 o milheiro quando o pedido é de 4 mil unidades.
– O material é o mais barato da campanha – conta um vereador que tenta a reeleição.
Para quem já tem um mandato na Câmara e agora busca a reeleição, a campanha certamente será mais barata. Os próprios candidatos reconhecem que têm vantagem porque são conhecidos pela maioria do eleitorado e tem mais estrutura.
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– O que pesa contra nós é o desgaste acumulado com polêmicas como o aluguel de carros (a Câmara de Joinville tem 19 carros alugados para o uso de vereadores e do administrativo), aumento de salário e criação de novas vagas de vereador – fala um experiente parlamentar. ??
Mais caro para quem não tem mandato
Entre quatro vereadores que tentam mais um mandato, é consenso que a campanha não deve custar menos de R$ 100 mil. Outros dois falam que estão preparados para gastar pelo menos R$ 150 mil.
– Até mesmo para quem é vereador e tem uma certa infraestrutura, é impossível fazer uma campanha com menos de R$ 150 mil. Quem diz que faz, está mentindo – diz outro vereador.
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Quem não tem cadeira no Legislativo nem é conhecido pela atuação social ou profissional terá de desembolsar ainda mais dinheiro na corrida atrás do voto. Alguns desses candidatos falam em desembolsar pelo menos R$ 200 mil. A conta é paga com doações e recursos próprios.
– Estou me preparando há quatro anos para essa eleição, mas não sei ainda se vou conseguir os R$ 215 mil que planejei gastar – conta um candidato.
Segundo os números enviados pelas coligações à Justiça Eleitoral, os 342 candidatos à Câmara de Joinville vão gastar entre R$ 10 mil e R$ 400 mil nesta campanha. Dificilmente, esses gastos vão se concretizar, até porque este é o limite e não tem de ser alcançado.
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Como a lei proíbe que o concorrente gaste mais do que o valor informado inicialmente, é prática comum jogar o número nas alturas para não ter problemas na hora da prestar contas.