Está aberta a temporada do discurso pelo voto útil. A mais recente pesquisa Datafolha mostra que Jair Bolsonaro (PSL) mantém a liderança com 26%, mesmo preso a uma cama de hospital e longe das agendas junto aos apoiadores. No segundo lugar, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) estão empatados em 13%. Geraldo Alckmin (PSDB) não deslancha, com 9%, e Marina Silva (Rede) desidrata aos poucos, chegando a 8%, a metade do que contava em agosto. 

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Essa pesquisa é importante porque identifica o efeito da oficialização da candidatura de Haddad, agora avatar oficial de Lula, e também a saída de Bolsonaro do dia a dia da campanha, depois do atentado. No primeiro caso, ficou identificado que o ex-presidente tem conseguido transferir votos para o afilhado. É o efeito campanha de TV, que continua usando e abusando da imagem de Lula. Mesmo preso, ele comanda passo a passo a estratégia do PT. No grupo de Bolsonaro, há briga de poder e desentendimentos, mas o eleitorado do capitão não se abalou. Pela pesquisa do Datafolha, a fidelidade é alta. Com forte rejeição, Bolsonaro empata tecnicamente no segundo turno com Alckmin, Marina e Haddad, mas perde para Ciro.

Neste cenário e a três semanas das eleições, a estratégia de pregar o voto útil será colocada em campo. Ciro passará a pregar que ele é o que tem forças para bater Bolsonaro. A turma do capitão tentará levantar a pregação pela vitória em primeiro turno, o que é bastante difícil. O Brasil terminou o pleito de 2014 polarizado e é assim que chegará às portas de mais uma eleição à Presidência da República. A queda de braço vai se resumir ao seguinte: quem terá força para derrotar Bolsonaro e quem é mais antipetista.

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