Candidatos à Presidência da República defenderam neste sábado a apuração sobre a notícia de envolvimento de parlamentares, ex-governadores e ministros em esquema de propina na Petrobras. De acordo com reportagem da revista Veja, divulgada neste fim de semana, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, citou em depoimento à Polícia Federal nomes de políticos que teriam recebido propina em negócios da petrolífera com outras empresas.

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O ex-diretor, conforme a revista, aceitou um acordo de delação premiada. Ele está preso sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro coordenado pelo doleiro Alberto Youssef.

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Em campanha na cidade de São Paulo, a candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, disse que precisa de dados oficiais para tomar providências cabíveis e não adotará medidas com base em especulação.

– Precisamos de dados oficiais a respeito dessa questão. A própria revista que anuncia esse fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e asseguro que tomarei todas as providências cabíveis, mas não com base em especulações – disse a presidente, ao ser questionada por um jornalista, antes de participar de um encontro com mulheres.

Em Presidente Prudente, no interior paulista, o candidato Aécio Neves (PSDB) cobrou apuração do caso e punição para os envolvidos.

– É muito importante que essas investigações sejam aprofundadas, que os responsáveis por esses desvios sejam punidos, mas o fato concreto é que durante todos os últimos nove anos, o mensalão continuou a existir nesse governo. Agora, financiado pela nossa principal empresa pública, a Petrobras – disse, conforme entrevista divulgada pela assessoria do candidato, que participou de encontro com lideranças do Pontal do Paranapanema.

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Em atividade de campanha em Brumado, no interior da Bahia, a candidata Marina Silva (PSB) defendeu Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e então candidato pelo partido, que teria sido citado pelo ex-diretor, de acordo com a reportagem. Ela também defendeu apuração do caso.

– O fato de ter um empreendimento da Petrobras feito no seu estado não dá o direito de colocá-lo em uma lista dos que cometeram qualquer irregularidade. Nesse momento, todo o Brasil e todos nós aguardamos as investigações que estão sendo feitas dos desmandos da Petrobras, que estão ameaçando o futuro da empresa, o futuro do pré-sal. O atual governo tem que se explicar da má governança que fez na Petrobras, levando essa empresa, que sempre foi exitosa e respeitada dentro e fora do Brasil a quase que uma total falência.

Já no Rio de Janeiro, a candidata Luciana Genro (PSOL) também cobrou investigação.

– É possível que seja de fato verdade. Nós sabemos que há uma relação promíscua entre os partidos, as empresas privadas e as estatais. Os políticos dos partidos tradicionais se utilizaram das empresas públicas como a Petrobras para fazer negócios, receber propinas e defender interesses privados. Evidentemente que isso precisa ser muito bem investigado – disse a candidata, durante caminhada pela Feira do Lavradio, local que reúne grande número de vendedores de artesanato, no centro da cidade.

* Agência Brasil