O Complexo Portuário do Itajaí fechou os oito primeiros meses do ano com crescimento de 5% na movimentação. A expectativa é chegar ao fim do ano com a marca de um milhão de TEUs ( medida que equivale a contêineres de 20 pés) – o que representará aumento de 8% em relação ao ano passado.
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Os números positivos, entretanto, se devem apenas à movimentação expressiva da Portonave, em Navegantes, que acumula crescimento de 38% de janeiro a agosto. A APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, registrou no mesmo período redução de 35% no número de contêineres. Reflexo, ainda, da perda de linhas. As duas estratégias traçadas para que Itajaí recuperasse o prejuízo este ano foram frustradas.
Primeiro, pela decisão do mais representativo serviço asiático que opera na região a manter suas atracações em Navegantes ( a perda da linha foi a principal causa para a queda de movimentação em Itajaí no ano passado). Depois, porque o berço 3, que poderia operar carga geral e amenizar a crise, ainda não tem data para o reinício das obras.
O superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Junior, ouviu da Secretaria Especial de Portos ( SEP), hoje ligada ao Ministério dos Transportes, que ainda falta o aval do setor financeiro para pagar R$ 4 milhões que o governo federal deve à construtora Serveng, responsável pela obra do berço 3. Enquanto o dinheiro não for autorizado, a empresa não retomará os trabalhos.
Questionamos os candidatos a prefeito de Itajaí sobre seus planos para o porto. Veja o que eles disseram:
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Como amenizar a crise no Porto de Itajaí?
Anna Carolina ( PSDB)
Primeiro tem que querer que o porto saia da crise, ter vontade política pra que isso aconteça. Estou num partido que é bem estruturado a nível nacional. temos dois senadores na região, o Paulo Bauer e o Dalírio Beber, que têm aberto as portas para a gente, tanto pro setor pesqueiro, quanto para o Hospital Marieta, e pro porto de Itajaí. É preciso vontade e alguém à frente do porto com conhecimento bastante específico e um trânsito político também. Eu já conversei com toda a cadeia portuária e temos um nome técnico pra fazer esse levante. A gente sabe da necessidade do porto pra economia de Itajaí. É algo que vai ser levado extremamente a sério
João Paulo ( PP)
O fato de terem esvaziado a competência da superintendência é o problema mais sério. Entendo que a delegação feita para o município de Itajaí é uma regra especifica e não deixou de valer com a nova lei dos portos, não poderia retroagir. Se o prefeito não é quem tem a caneta pra definir isso hoje, é a figura política mais importante pra mover mentes e corações e unificar as forças da cidade e do Estado e cobrar de Brasília que se devolva para nós isso. Apesar de eu ser do time do Jandir, temos posturtas diferentes. Ele é conciliador, paciente, e eu não. Os compromissos que estou firmando vou cumprir em quatro anos e vou incomodar pra que isso aconteça.
Volnei Morastoni ( PMDB)
A atual gestão entregou os pontos, tem uma conduta débil, pusilânime em relação ao Porto de Navegantes. Eles ganham tudo de mão beijada. Falta autoridade de Itajaí, fazer prevalecer a defesa do porto mostrando essa questão da disparidade. Essa situação grave que nós temos, precisa de uma solução pensada aqui. Eu acredito que temos que recuperar a força da municipalização. Continuamos com a delegação, não foi tirada. Nosso porto sempre se destacou por ser pequeno, ágil e superavitário, é o que temos que recuperar. Teremos gestão técnica, conselho de administração e assessoramento tripartite, com poder público, empresários e trabalhadores.