Juntos, os candidatos a prefeito das cidades de Itajaí e Balneário Camboriú declararam, até agora, ter mais de R$ 1,2 milhão para investir nas campanhas. O valor declarado pelos cinco candidatos no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é quase o mesmo declarado pelos três candidatos à prefeitura de Florianópolis (R$ 1,3 milhão), um dos maiores colégios eleitorais do Estado.
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>> Confira o infográfico com os valores declarados pelos candidatos <<
Pela primeira vez, o TSE está divulgando o nome e valores doados às campanhas antes do resultado das eleições. As declarações parciais estão disponíveis no site da instituição e podem ser acompanhadas em detalhes. Mesmo assim, alguns doadores podem preferir fazer a doação ao comitê eleitoral ou à direção municipal do partido, o que mantém o sigilo.
Em Itajaí, Jandir Bellini (PP) é o campeão de arrecadação, com R$ 568,9 mil de receita. Desse montante, o progressista já investiu R$ 561.520,09, a maior parte doada para candidatos a vereador.
Níkolas Reis (PT) vem em seguida com R$ 32,5 mil arrecadados e R$ 52.130,88 gastos. O valor corresponde à segunda parcial, o que significa que o candidato tem até o dia da eleição para arrecadar recursos para saldar essa conta. O maior gasto da campanha de Níkolas foi com publicidade.
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Deodato Casas (PSDB) arrecadou até agora R$ 24,5 mil. O maior investimento também foi com publicidade, sobrando menos de R$ 1 mil para despesas com combustíveis e taxas.
Em Balneário Camboriú, a maior arrecadação até o momento é de Edson Piriquito (PMDB), com R$ 589.529. Ele já investiu R$ 448.506,33, a maior parte em produção de programas de rádio e televisão. Rubens Spernau (PSDB) arrecadou R$ 69.552,50 e declarou ter gastado só R$ 60 com a criação de uma página na internet.
Contas
Todos os candidatos têm até o dia 6 de novembro para apresentar a prestação de contas final à Justiça Eleitoral. Já as contas bancárias de campanha devem ser encerradas até dia 31 de dezembro, conforme o chefe de cartório eleitoral em Itajaí, Ângelo Castilhos.
Internet ajuda a formar o senso crítico
Para o mestre em ciência jurídica e professor da Univali, Fernando Fernandez, tudo o que possa ser feito em prol da transparência nas eleições é positivo. Ele destaca que a prestação de contas online permite analisar quem são os doadores dos candidatos e se isso pode interferir na posição dele.
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– Quando essa colaboração é muito grande, é natural que alguém desconfie – detalha.
Fernandez explica que a transparência infelizmente não inibe que o caixa dois de campanha ocorra, muito em função de que os crimes de corrupção ainda são tratados pelo judiciário como um delito menor:
– Temos de criar o hábito das discussões políticas. Elas têm efeito imediato.