Se depender do próximo prefeito de Blumenau, o modelo de cálculo e o valor da tarifa do transporte coletivo serão revistos. Os quatro candidatos, Ana Paula Lima (PT), Jean Kuhlmann (PSD), Napoleão Bernardes (PSDB) e Osni Wagner (PSOL) têm dúvidas quanto ao atual sistema que define o valor da tarifa. Querem rever documentos e refazer as planilhas de custos, deixando-as mais claras e mais acessíveis à população. A discussão é antiga, mas a polêmica foi reacesa no começo de 2011, quando a prefeitura fez a revisão do preço da passagem.

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À época, alegando custos de insumos e prejuízos financeiros de um ano sem reajuste, o Consórcio Siga sugeriu que a tarifa passasse de R$ 2,57 para R$ 3,43 – um aumento de 33%. O prefeito João Paulo Kleinübing propôs que o aumento correspondesse à inflação do período (INPC). Integrantes do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (Comtranblu) não concordaram. Mesmo assim, no final de maio, o decreto foi assinado e a tarifa reajustada para R$ 2,75, um aumento de 7%. Uma semana depois, o Ministério Público entrou com ação civil pública e pedido de liminar para anular o decreto, questionando o aumento pelo índice inflacionário. Kleinübing suspendeu a determinação e a passagem ficou sem reajuste até fevereiro deste ano.

Ainda em 2011, Kleinübing protocolou dois projetos de lei na Câmara. Um alterando o artigo que tira do prefeito a autonomia para definir o valor da tarifa. O texto foi aprovado. O outro, que transfere essa responsabilidade para o Comtranblu, que faria o reajuste por meio de resolução, aguarda votação. O prazo expira no fim do ano. A revisão da tarifa dos ônibus é uma das ações que poderiam contribuir com a melhoria da mobilidade urbana na cidade. Com preço mais acessível, possivelmente, mais pessoas optariam pelo transporte coletivo e deixariam carros e motos em casa.

Uma das medidas adotadas pela administração para diminuir o fluxo de carros nas ruas centrais e corredores de serviços – hoje, há cerca de um veículo para cada 1,5 habitante – é a implantação das vias exclusivas para ônibus. Com os corredores, o trânsito ficou mais ágil.

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Dados do Seterb apontam que na Rua 2 de Setembro, por exemplo, o ganho foi de 15 minutos. Ali, os ônibus que antes circulavam em 8 Km/h, agora andam a 24 Km/h. Desde 16 de janeiro de 2011, quando a primeira via exclusiva foi ativada, na Rua 7 de Setembro, outros 10 quilômetros de áreas restritas ao transporte coletivo foram distribuídas em cinco ruas.

A aprovação dos corredores de ônibus parece ser unânime entre os candidatos à majoritária. Os quatro prefeituráveis concordam que a alternativa melhorou o tráfego na cidade e planejam expandi-la aos bairros.

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