Mitt Romney é um capitalista sanguessuga destruidor de empregos. Barack Obama é um incompetente, incapaz de fazer a economia americana funcionar. Romney chegou à cidade, fechou fábricas e acabou com sonhos. Obama é um moloide, sem força para lidar com os inimigos externos.
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Cansou? Ofensas como essas, veiculadas diariamente pela guerra suja da propaganda eleitoral nos Estados Unidos, estão amargando os próprios eleitores americanos.
De acordo com a última pesquisa de opinião NBC/Wall Street Journal (WSJ), a negatividade se entranhou entre os entrevistados: 43% das pessoas consultadas têm uma opinião negativa do atual presidente (32% “muito negativa”), enquanto Romney chega a 40% (24% “muito negativa”).
– Esses registros negativos não têm precedentes na era moderna – constatou o especialista republicano em pesquisas Bill McInturff, citado pelo jornal americano WSJ.
Ao contrário do Brasil, nos EUA não existe o horário eleitoral gratuito, e os políticos precisam pagar caro para aparecer na TV. Não chega a ser um problema. Impulsionados por fundos quase ilimitados dos Súper PACs (confira ao lado), as propagandas abundam nas emissoras de TV do país, principalmente nos Estados considerados indecisos e definidores do pleito, como Colorado, Ohio, Flórida ou Virgínia.
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O maior volume dos ataques parte do lado democrata. Sem trégua, a equipe de Obama criou diversos spots (comerciais de 30 segundos) que retratam o adversário como um multimilionário arrogante e inimigo da classe média trabalhadora branca, justamente uma fatia da população que, de acordo com as pesquisas, votará em Romney. As frases são agressivas: “Se ele vencer, nós perdemos”, diz um deles com uma imagem do republicano mais jovem e rodeado de dólares.
Já as propagandas que têm Obama como alvo são mais leves: ficam centradas na economia americana, disparando números de desemprego e explorando as contradições do presidente em exercício. A falta de ataques pessoais levou o republicano de carteirinha e magnata das comunicações Rupert Murdoch a criticar abertamente a maneira como Romney estava conduzindo a campanha.
Apesar da guerra televisiva, as pesquisas eleitorais nacionais permanecem com baixa oscilação, com uma diferença de, no máximo, 6 pontos percentuais entre os candidatos (dentro da margem de erro). No site Realclearpolitcs, que faz uma média das pesquisas mais recentes, Obama tem 46,4% ao passo que Romney registra 45,1%. Pode ser, também, um sinal de que os americanos estão achando que a sujeira encobriu as ideias.
Confira alguns ataques veiculados nas televisões americanas:
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