O Parlamento da Catalunha deve dar posse nesta segunda-feira (14) como presidente regional ao candidato apoiado pelo destituído Carles Puigdemont, o editor Quim Torra, que prometeu seguir lutando pela construção de uma república independente da Espanha.
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“Seremos leais ao mandato do referendo de autodeterminação de 1º de outubro: construir um Estado independente em forma de república”, afirmou o candidato ao revelar seu programa de governo na Câmara regional.
Neste referendo, proibido pela Justiça espanhola e marcado pela violência policial, quase dois milhões de catalães de um total de 5,5 milhões de eleitores apoiaram a secessão, o que levou o Parlamento regional a declarar a independência em 27 de outubro.
O governo espanhol do primeiro-ministro Mariano Rajoy respondeu ao desafio com a dissolução do Parlamento, a destituição de Puigdemont e de seu Executivo e assumindo o controle da autonomia regional.
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Uma vez designado como presidente catalão, Torra, um editor de 55 anos, poderá formar um governo, requisito para o fim da intervenção de Madri nesta comunidade autônoma de 7,5 milhões de habitantes.
Analistas acreditam que Torra, da ala radical dos separatistas e fiel ao ex-presidente Puigdemont, será eleito com maioria simples dos secessionistas no Parlamento, por 66 votos contra os 65 das demais forças políticas.
A CUP, pequeno partido independentista de extrema-esquerda, preparou o caminho no domingo ao anunciar, após consultar suas bases, que seus quatro deputados devem se abster para não bloquear a formação de um novo governo.
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Em um primeiro debate sobre a questão no sábado, Torra não conseguiu ser eleito, pois não recebeu o apoio da maioria absoluta (68 votos de 135).
Na ocasião, Torra prometeu trabalhar “sem descanso” pela independência e facilitar mais adiante o retorno ao poder de Puigdemont, que chamou de “presidente legítimo”.
* AFP