O estudante Thiago Scharlau Xavier tem apenas 17 anos, mas já deixa vestibulandos mais velhos se mordendo de inveja. Aprovado no último Vestibular de Verão da Acafe, ele acertou 57 das 60 questões objetivas que caem na prova. Com a pontuação de 5.147, Xavier ficou em 6º lugar na lista geral dos aprovados em Medicina (a Acafe faz duas provas ligeiramente diferentes, uma para Medicina e uma para os outros cursos).
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O foco dele, entretanto, é outro: ainda imerso numa rotina diária de estudos, Xavier quer ser aprovado em Engenharia Eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Hoje cursando disciplinas isoladas em cursos de redação e matemática, ele explica como fez para alcançar uma pontuação tão alta e dá as últimas dicas para o candidato que está de cabeça quente para o prova do dia 24 de novembro.
Confira a entrevista:
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Diário Catarinense – Quais são as características do vestibular da Acafe? Em que ela é diferente das outras provas do estado?
Thiago Scharlau Xavier – Ao meu ver, é uma prova um pouco mais tranquila que as demais. Assim como praticamente todos os vestibulares contemporâneos, diversas questões envolvem o entendimento de situações de acordo com os conceitos aprendidos. Entretanto, essas questões coexistem com outras mais tradicionais. A prova também apresenta bastante texto, não só nos enunciados, mas nas próprias alternativas. Logo, é fundamental uma rápida e precisa compreensão de texto – não apenas para a Acafe, mas para todos os vestibulares.
DC – Você considera a Acafe uma prova fácil? Você terminou a prova rapidamente em comparação com as outras?
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Xavier – A prova fica fácil para quem estuda. Achei ela fácil sim, de uma forma geral. Claro que sempre existirão aquelas questões mais difíceis, que nos tomam mais esforço. Quanto ao tempo de prova, eu geralmente sou um dos últimos a sair, independentemente da dificuldade da prova. Não dá para se entregar no “Dia D”; fico batalhando com as questões mais difíceis para, pelo menos, sair da prova sabendo que fiz o máximo que pude.
DC – Em que você foi mal na prova passada? Eram disciplinas mais difíceis ou é mais uma questão de habilidades pessoais?
Xavier – Na verdade, como acertei 57 das 60 questões, não fui mal em nenhuma matéria. Os vestibulares em geral exigem esse equilíbrio no candidato. Eu possuo uma facilidade maior com as exatas, e justamente por isso estudei muito mais as outras disciplinas, especialmente Biologia, a fim de vencer o desequilíbrio.
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DC – Como é a redação da Acafe? Foi difícil no ano passado?
Xavier – Achei os temas propostos bons para dissertar a respeito e bastante conhecidos pelo público em geral. Pode ter causado um certo receio em alguns candidatos o fato da proposta ter vindo na forma de charges, sem instruções precisas sobre o tema como geralmente há. O que senti falta foi uma maior habilidade minha em ser mais sintético e escrever de uma forma mais simples e objetiva para dar maior clareza ao texto. Mas, de uma forma geral, creio que a redação não foi difícil no ano passado.
DC – Como é a sua rotina de vestibulando? O que você faz diariamente?
Xavier – Estudo sempre, e nunca cronometrei o tempo. Eu seleciono a parte da matéria a ser estudada e fico nela até concluir o que eu me propus a fazer, pouco importa se foram 30 minutos ou 4 horas – o que importa é estar absorvendo o conteúdo. Vale mais a pena estudar poucos tópicos e entender a maioria deles do que estudar diversos e reter quase nenhum.
Outro ponto fundamental na hora do estudo é possuir interesse de saber aquilo, pois se não houver, o cérebro rapidamente descarta o conteúdo. O interesse também é capaz de nos prender nos estudos de uma forma que o aprendizado não seja penoso, mas prazeroso. Aí é possível que se estude por várias horas de boa vontade!
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Outro ponto relevante foi o fato de eu ter começado já no primeiro ano do Ensino Médio. Eu tinha o objetivo de chegar no terceiro ano já sabendo várias coisas. Assim, o último ano ficou menos pesado e eu consegui aproveitá-lo melhor.
DC – Como você fez as provas? Com que roupa foi, como se alimentou?
Xavier – De bermuda, camiseta e tênis. Padrão. Em relação à comida, eu fico entretido com a prova e esqueço de comer. Não recomendo que os candidatos façam isso de forma alguma. É importante que leve algo para comer e beber, mas sem exageros. Existem pessoas que levam sacolas cheias de comida e terminam sendo inconvenientes com o barulho de mastigação, além de terem que ficar pedindo para ir ao banheiro.
DC – Quais são suas dicas para quem vai fazer o próximo Vestibular de Verão da Acafe?
Xavier – Nessa reta final, é importante que revisar aquelas matérias que já foram estudadas. Não invente de aprender uma matéria nova na véspera da prova, isso não lhe irá ajudar. É fundamental a revisão, pois ela ajuda a acertar aquilo que sabemos. Note-se que o maior vilão em uma prova é aquele erro desnecessário, que você sabia a resposta correta.
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Além disso, a última semana não será o momento de gastar todas as suas forças estudando, guarde-as para a prova. Ninguém passa ou deixa de passar por ter ou não estudado freneticamente às véspera do exame. Estude moderadamente nos dias que antecedem a prova.