Esta terça-feira seria um dia de várias consultas para o médico Omar César Ferreira de Castro, 66 anos. Rotina provável para o profissional que tem cadastro com cerca de 42 mil pacientes. E que, de acordo com a gerência da clínica, chega a atender 70 pessoas ao dia.

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Eram 8h20min quando ele chegou ao térreo da Torre A, do Ceisa Center, no Centro de Florianópolis. Deu bom dia para a ascensorista e entrou no elevador que o levaria para o 11º andar. Lá no Ático, três pacientes o aguardavam, duas mulheres e um homem. Dez minutos depois, apareceram seis policiais. Eles apresentavam o mandado de prisão temporária, busca e apreensão concedido pela justiça.

Acionado por uma funcionária, Omar, que estava em uma sala dos fundos do corredor, reapareceu. Havia recebido voz de prisão. Foi ele quem avisou as funcionárias:

— Cancelem as consultas. Vou até a Delegacia de Polícia.

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O médico não sabia, mas a equipe de policiais esperou do lado de fora do prédio que ele iniciasse o dia de trabalho. Deixaria o local 40 minutos depois, protegendo as mãos, algemadas com uma toalha branca e bordada com o nome.

Três funcionárias estavam no local e se mostravam assustadas com o que assistiam. Questionadas pelos investigadores se alguma vez viram armas no local, disseram que não. Os policias carregaram três CPUs. Nervoso, o médico chorava enquanto aguardava para descer pelo elevador.

— Não sei do que estou sendo acusado. Também não consegui falar com o meu advogado — respondeu à reportagem do DC.

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No térreo, a movimentação policial chamava a atenção de quem circulava pelo edifício. Em torno de 10 mil pessoas passam pelo local todos os dias. Na sequência, as viaturas seguiram para a residência do médico. A intenção era recolher equipamentos que possam guardar provas dos crimes pelo qual é acusado.

Quase duas horas depois, Omar chegaria em uma viatura na sede da 6ª DP. No final do dia, ele foi transferido para o complexo penitenciário da Agronômica. Segundo o delegado Ricardo Thomé, seis novas denúncias foram apresentadas nesta terça-feira após a notícia da prisão. A defesa alegou que, a pedido da família do médico, não irá se pronunciar sobre o caso.

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