Cancelamento de Campeonato de Arrancada ganha debate na internet

Foi parar no Facebook a indignação pelo cancelamento do Campeonato Catarinense de Arrancada, na Passarela Nego Quirido. Um dia antes do evento, a prefeitura de Florianópolis proibiu o uso do local. Laudo da Defesa Civil municipal apontou que o espaço não é adequado para receber eventos automobilísticos. Os organizadores ainda não tinham assinado com a administração o contrato de aluguel da Passarela para uso no sábado e no domingo. Organizadores, 220 pilotos de SC e de outros Estados que já tinham feito a inscrição e outros envolvidos se revoltaram.

“Gostaria de compreender como o local que há mais de 15 anos era utilizado para a prática de tal esporte simplesmente do dia para a noite se tornou impróprio. Se é impróprio agora, não seria antes?”, questiona Byron Soares, do site Arrancada Pelotas, que também pergunta como itens de segurança da pista foram avaliados pela Defesa Civil, quando a responsável seria a Fauesc, que autorizou o evento. “Fica aqui minha indignação, meu total repúdio e revolta. A Passarela do Samba já sediou centenas de etapas e é uma das pistas mais seguras do Brasil”, escreveu Evandro Lima, da Revista Tech Speed.

Conforme o presidente do Automóvel Clube de Florianópolis, Clodoaldo Zonta, o evento tinha liberação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, como foi requerido nos anos anteriores. Desde 1995 o arrancadão, como é conhecido, ocorre na Passarela Nego Quirido. Ele afirma que apenas na quinta-feira, dois dias antes do evento, a prefeitura informou que seria necessária liberação também por parte da Defesa Civil.

O secretário municipal de Segurança e Defesa do Cidadão, Raffael de Bona, explica que o documento é exigido pelo Ministério Público do Estado (MP-SC) desde setembro de 2013.

– Estamos preocupados com a segurança das pessoas. Os interessados em fazer eventos têm de ir atrás das exigências com antecedência – diz.

O Automóvel Clube iniciou quinta-feira a montagem da estrutura. Zonta diz que nem tudo estava pronto quando a Defesa Civil apareceu na sexta-feira para emitir o laudo e, por isso, apontou irregularidades.

A prefeitura, entretanto, alega que nunca recebeu o pedido de laudo e que foi por conta própria fazer a vistoria, após ouvir que os organizadores estavam fazendo a montagem. Sábado, mais de 100 pessoas entraram novamente na Passarela, onde se reuniram para fazer uma carreata em protesto ao cancelamento do arrancadão.