A decisão da prefeitura de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, de abrir um canal artificial para desviar o curso do Rio Acaraí, na Praia da Enseada, provocou polêmica entre a população.
Continua depois da publicidade
O motivo seria o início da obra sem anúncio prévio e as consequências que o desvio forçado pode provocar na região. Com a abertura, o trajeto do rio é alterado, desembocando na Enseada e não mais em Ubatuba, encurtando o curso até o mar.
Destruição da vegetação
Segundo os moradores, a mudança poderia destruir a vegetação e poluir o mar, já que as águas do rio chegarão muito rápido na praia. Além disso, o Conselho Municipal de Meio Ambiente não teria sido consultado sobre as obras, o que representa uma infração grave para a prefeitura.
O secretário do Meio Ambiente Claudio Rudolfo Tureck afirma que as obras foram feitas em caráter emergencial, já que o leito do rio estava sofrendo muita erosão e provocando riscos para a população que vive nas margens do Acaraí.
Continua depois da publicidade
Segundo Tureck, os moradores estavam apavorados com a destruição das margens provocada pela força das águas e ligava diariamente para a prefeitura pedindo uma solução imediata:
– A previsão para esta semana é de marés altas, avançando até 15 metros sobre o leito do rio. O problema é que há trechos onde sobra apenas 12 metros de terra antes do rio chegar às casas, por isso a obra aconteceu tão depressa – conta o secretário.
Avanço do rio
O rio Acaraí é margeado por um loteamento, dois prédios de cinco andares e algumas casas, além da rede elétrica e todos estavam comprometidos com o avanço do rio. Os moradores avisaram que construiriam um muro com pedras por conta própria se a Prefeitura não tomasse uma decisão.
De acordo com o secretário, eles queriam rodear o rio com pedras para evitar que as casas sofressem danos na próxima maré alta, trabalho que só pode ser feito por uma equipe técnica. Então a secretaria resolveu intervir:
Continua depois da publicidade
– Estes imóveis não deveriam estar lá, mas já que estão e pagam impostos, não podemos obrigá-los a sair – afirmou Tureck.
De acordo com o secretário, uma equipe formada por três biólogos percorreu toda a extensão do rio acompanhada da Fatma e da Defesa Civil para analisar a flora e a fauna da região e remover animais ameaçados pelas obras. Ele assume que o Conselho Municipal de Meio Ambiente não foi consultado:
– Tínhamos urgência em fazer estas obras, mas só aconteceram porque tínhamos o aval de todos os órgãos federais – avisa.