Florianópolis é um bom cenário para o South American Championship Ironman 2016, mesmo em dias com condições climáticas adversas como foi neste domingo chuvoso e frio. Entre os cerca de dois mil atletas, vindos de 36 países diferentes, foi um canadense que entrou para a história. Brent Macmahon fez o segundo melhor tempo do Ironman, levando-se em conta todas as etapas realizadas no mundo, com 7h46min10seg. Essa marca fica a apenas 13 segundos do recorde mundial e garante a ele lugar em Kona, a principal disputa de Ironman no planeta.
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-Depois do ano passado eu tinha certeza que voltaria aqui. Florianópolis tem um percurso incrível, é bem organizada e tem uma atmosfera diferente. Eu sabia que estava rápido, especialmente na corrida. Mantive um pace muito bom. Eu estou bastante satisfeito com o resultado – explica o vencedor.
Macmahon colocou quase 20 minutos a frente do segundo colocado, o britânico Tim Don, que fechou os 3,8 quilômetros de natação, 180,2 quilômetros de ciclismo e 42,2 quilômetros de corrida em 8h04min15seg. O americano Kevin Collington completou o pódio com 8h04min58seg. O melhor brasileiro na prova foi Fábio Carvalho, sexto lugar, com o tempo de 8h19min17seg. Igor Amorelli, vencedor em 2014, sentiu dores e abandonou a prova. Ele está voltando de lesão e se prepara para uma prova na Itália daqui há duas semanas.
Entre as mulheres, a vencedora foi a norte-americana Elizabeth Lyles, que encerrou a prova em 8h54min11seg, quebrando também o recorde feminino no Ironman Florianópolis. Em segundo lugar ficou a alemã Mareen Hufe, com 9h09min36seg e fechando o pódio a espanhola Gurutze Frades, com o tempo de 9h15min52seg. Ariane Monticeli, atual campeã, teve problemas com o câmbio da bicicleta e chegou em quarto lugar. Bastante emocionada, ela agradeceu o apoio da torcida, mas não escondeu a decepção:
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-Eu tô muito triste, mas Ironman é uma prova que tem que dar tudo certo e infelizmente hoje não foi o meu dia. Eu busquei até o fim, mas fiquei muito atrás na bicicleta, não tinha mais marchas. Treinei muito para essa prova, me preparei bem, mas jamais iria desistir, nem que eu tivesse que andar até a meia-noite – lamenta chorando bastante. Ariane completou a prova em 9h21min18seg.
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No ano passado, Ariane e a norte-americana Elizabeth Lyles travaram uma disputa pelo primeiro lugar da competição. A brasileira ultrapassou a adversária durante a corrida e chegou em primeiro. Este ano, durante a coletiva de imprensa, Lyles colocou panos quentes e disse que não tinha pendências para resolver no Brasil. Depois da prova ela se abriu e contou que fez uma preparação para vencer o Ironman Florianópolis:
-Tinha muita vontade de ganhar no Brasil, vocês têm uma coisa muito especial que é a torcida, o clima que as pessoas transmitem durante a prova é incrível, quase chorei. Eu tinha “negócios” para resolver aqui e consegui, fiz uma prova perfeita, estou muito feliz – comemora a campeã, que garantiu uma vaga para Kona.
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Família e amigos ajudam na torcida

Quem acompanha o Ironman de perto fica emocionado ao ver as torcidas dos atletas. Familiares e amigos se revezam com gritos de incentivo, faixas, cartazes, apitos, tudo para motivar e dar aquele empurrãozinho aos competidores. E mesmo com a chuva que caiu durante todo o dia, a torcida não arredou pé das ruas de Jurerê.
Quem conta com o carinho dos amigos e familiares é a triatleta Mariana Borges. Natural de Florianópolis, ela é uma das mais queridas e cumprimentadas ao longo da prova. Ao cruzar a linha de chegada em sexto lugar, com o tempo de 9h34min01seg, Mariana vibrou bastante:
-Fiz uma natação boa no início, mas me perdi das meninas e fiquei para traz. Na bike me recuperei e saí para correr em quarto lugar. Na minha frente estão atletas que são ótimas em corrida, por isso fico feliz com a sexta posição – comemora Mariana, que é a atual vencedora do Rio 70.3.
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A força da triatleta manezinha da ilha vem da torcida. Marcela Borges, irmã de Mariana, é uma das principais incentivadoras e conta que acorda às 5h30min para acompanhar tudo, desde a largada:
-O coração fica na mão cada vez que ela passa. Mariana é o orgulho da família, a gente incentiva e apoia sempre – explica orgulhosa.