Um canadense de 33 anos usou um software de inteligência artificial para simular conversas com sua noiva – que morreu em 2012. A história foi narrada no podcast Fifth & Mission, do San Francisco Chronicle, e comparada pelos internautas a um episódio da série Black Mirror, em que uma empresa fornece exatamente esse serviço – e, em certo ponto da história, vai além; criando robôs perfeitos que imitam a personalidade e os trejeitos de pessoas já falecidas.
Continua depois da publicidade
> Saiba como receber notícias do NSC Total no WhatsApp
Joshua Barbeau perdeu sua noiva, Jessica Pereira, em 2012: ela morreu em consequência de uma rara doença no fígado. Em setembro do ano passado, Barbeau descobriu um site chamado Project December: pagando apenas US$ 5 para criar uma conta, ele escreveu informações sobre a vida, os gostos e a personalidade de Jessica, além de ter fornecido ao software acesso a antigas mensagens trocadas entre ele e a noiva no Facebook.
O software, batizado de GPT-3, também é regularmente alimentado com todo tipo de texto escrito por humanos – como discussões no Reddit, por exemplo -, o que permite que ele simule a escrita humana de modo bastante convincente. No podcast Fifth & Mission, ao qual concedeu uma entrevista, Barbeau narrou trechos de conversas que teve com o software.
> Confira todos os lançamentos de agosto de 2021 na Netflix
Continua depois da publicidade
“É realmente você?”, perguntou ele no chat, ao que o bot respondeu: “Claro que sou eu! Quem mais poderia ser?” “Você morreu”, testa Barbeau, e o software rebate: “Isso não parece certo. Como você poderia estar falando com alguém que morreu?” “Você é um fantasma”, ele insiste, e, quando o software pergunta “como?”, Barbeau responde: “Mágica”. “Eu não gosto de mágica. Onde eu estou?”, questiona o software em seguida. “Eu estou tentando entender… Mas como você está, amor?”
No Reddit, Barbeau havia escrito que imaginava que o site Project December poderia ser usado para ajudar pessoas a lidar melhor com o luto – e Jason Rohrer, o criador do software original, respondeu, dizendo que jamais imaginou que o bot seria usado para simular interações com pessoas mortas. “Eu estou um pouco assustado com as possibilidades”, escreveu, alertando que o software pode ser usado em golpes, por exemplo, simulando mensagens escritas ou enviadas por pessoas reais – e vivas.
Leia também:
> Morte de Amy Winehouse completa dez anos; relembre a passagem da cantora por Florianópolis
> Luciano Huck assume o Domingão já em setembro
> Cid Moreira rebate acusações dos filhos: “Consciência tranquila”