Um registro no mínimo impressionante de até onde podem ir as consequências da poluição do planeta foi feito no Canadá, quando o furacão Larry fez chover microplásticos em uma área considerada limpíssima da Terra Nova. Já se sabia que furacões podem transportar poluentes por longas distâncias, mas os microplásticos transportados pelo Larry foram comprovados em um estudo publicado agora em dezembro, na revista Communications Earth & Environment, do grupo Nature. As informações são do site O Globo.

Continua depois da publicidade

Receba notícias pelo WhatsApp

Conforme os autores do estudo, estima-se que os microplásticos, derivados da degradação de milhares de tipos de produtos fabricados pelo homem, sejam uma das mais persistentes e onipresentes formas de poluição atualmente.

Eles formam verdadeiras ilhas nos oceanos e, ao passar numa dessas áreas, chamada Giro do Atlântico Norte, o furacão Larry sugou microplásticos do mar e os despejou em forma de chuva ao tocar o solo na Terra Nova, a mais de mil quilômetros de distância. Com ventos de até 250 km/h, Larry causou tempestades devastadoras.

A chuva de plástico atingiu o Canadá em setembro de 2021, mas a análise de que foi mesmo o furacão que cobriu uma faixa costeira com eles só ficou pronta este ano.

Continua depois da publicidade

O estudo foi feito quando Anna Ryan e seus colegas da Universidade de Dalhousie, no Canadá, perceberam que a rota do furacão passava por uma área do oceano que concentra vasta quantidade de microplásticos e de lá seguiria para um ponto da remota Terra Nova. Essa área é monitorada há anos e, até então, estava livre desse tipo de poluente. Os pesquisadores analisaram a área da Terra Nova antes e depois da passagem do furacão e constataram a presença dos microplásticos.

Leia também

Poluição na Lagoa da Conceição compromete o patrimônio natural, cultural e econômico de SC

Estudo da UFSC diz que megaobras em praias de SC causam a poluição da água e do ar

Estudo revela glitter e até microplásticos em mariscos de SC