O Canadá expressou nesta segunda-feira sua preocupação com a expulsão de seu embaixador em Riad, anunciada pela Arábia Saudita em resposta às reiteradas críticas de Ottawa à repressão contra ativistas de direitos humanos.
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“Estamos seriamente preocupados com esta informação de imprensa e estamos esperando saber mais sobre a recente declaração do reino da Arábia Saudita”, afirmou através de um comunicado Marie-Pier Baril, porta-voz do governo canadense.
“O Canadá defenderá sempre a proteção dos direitos humanos, especialmente os direitos das mulheres e a liberdade de expressão em todo el mundo”, acrescentou.
“Nosso governo jamais hesitará em promover estes valores e acreditamos que este diálogo é crucial para a diplomacia internacional”.
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A Arábia Saudita anunciou no domingo a decisão de expulsar o embaixador do Canadá em Riad e de chamar para consultas seu embaixador em Ottawa, devido a uma “ingerência” cometida, segundo ela, em seus assuntos internos.
As medidas decididas por Riad incluem também o congelamento das relações comerciais com o Canadá.
O reino da Arábia Saudita “não aceitará ingerências em seus assuntos internos”, declarou o ministério saudita de Relações Exteriores, depois que a embaixada do Canadá pediu a libertação de militantes pró-direitos humanos presos.
“O reino anuncia que chama a consultas seu embaixador no Canadá”, informou o ministério saudita.
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O embaixador do Canadá em Riad tem 24 horas a partir do anúncio para abandonar o país e o reino decidiu “congelar novas transações relacionadas com o comércio e os investimentos” com o Canadá, acrescentou essa fonte.
A embaixada canadense não se tinha mostrado “gravemente preocupada” com uma nova onda de detenções de militantes pró-direitos humanos no reino, inclusive o premiado ativista de direitos de gênero, Samar Badawi.
“Pedimos às autoridades sauditas que os libertem imediatamente, assim como a todos os demais ativistas pacíficos pró-direitos humanos”, declarou embaixada na sexta-feira em um comunicado publicado no Twitter.
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Badawi foi preso na semana passada com a também ativista Nassima al-Sadah, sendo “as mais recentes vítimas de um cerco governamental sem precedentes sobre o movimento de direitos das mulheres”, informou o grupo de defesa de direitos humanos Human Rights Watch.
As detenções ocorreram semanas depois que uma dezena de ativistas pelos direitos femininos foram detidas e acusadas de minar a segurança nacional e colaborar com os inimigos do Estado. Alguns foram libertados desde então.
O ministério saudita das Relações Exteriores expressou sua reprovação com relação ao comunicado da embaixada.
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“É muito lamentável que as palavras ‘libertação imediata’ constem do comunicado canadense”, declarou o ministério. “É inaceitável nas relações entre os dois países”.
* AFP