O Canadá “está de volta” ao cenário internacional, após uma década de ausência de compromissos diplomáticos – garantiu nesta terça o futuro primeiro-ministro Justin Trudeau, vencedor das eleições legislativas de segunda-feira.
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“Quero dizer aos amigos deste país em todo o mundo, muitos dos quais estavam preocupados com ver que o Canadá perdeu sua generosidade e sua voz construtiva nos últimos dez anos. Tenho uma mensagem simples para vocês em nome de 35 milhões de canadenses: estamos de volta!” – declarou Trudeau à imprensa, durante um encontro com simpatizantes em Ottawa.
No governo conservador do atual premiê, Stephen Harper, o Canadá deu uma guinada em sua tradição de país pacifista, comprometendo-se com o envio de um contingente de soldados ao Afeganistão, a participar dos ataques aéreos na Líbia e, mais recentemente, em atuar na Síria e no Iraque como parte de uma coalizão internacional.
Ao mesmo tempo, pôs fim a programas tradicionais do Canadá de ajuda ao desenvolvimento, dirigidos especialmente à África e à América Latina.
No plano das políticas ambientais, o Canadá foi o primeiro país a se retirar do Protocolo de Kioto, em 2011.
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Nesta terça-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou sua esperança de que o Canadá tenha um papel determinante para garantir o êxito da próxima Conferência Mundial sobre Mudança Climática (COP21). O evento acontece em Paris, de 30 de novembro a 10 de dezembro.
Durante o governo de Harper, vários membros do gabinete puseram abertamente em dúvida a veracidade da mudança climática, e dezenas de cientistas federais foram demitidos.
Trudeau, de 43 anos, garantiu que buscará formar “um governo que planeje políticas, olhe para os fatos e ouça os cientistas”.
O futuro primeiro-ministro canadense é filho de Pierre Trudeau, considerado o pai do Canadá moderno. Pierre morreu em 2000 e ocupou duas vezes o cargo de premiê: entre 1968 e 1976 e de 1980 a 1984.
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* AFP