Uma pista de skate nova, dezenas de jovens sedentos por aprender, com adrenalina correndo na veias, e dois atletas campeões da modalidade, nomes fortes para participarem da estreia do esporte nos Jogos Olímpicos de 2020. Receita assim não teria como dar errado. Foi na tarde de sábado que o encontro aconteceu, quando os catarinenses Pedro Barros e Yndiara Asp foram até o Monte Cristo, na região continental de Florianópolis, para a inauguração da pista do Cedep, que luta para promover a inclusão social por meio do esporte.

Continua depois da publicidade

Com sol de mais de 30 graus, ninguém queria saber de mar. Era para a prancha com rodinhas que as atenções de todos estavam voltadas, principalmente quando Pedro e Yndiara arriscaram algumas manobras no bowl instalado no local.

— Foi uma tarde diferente e gratificante. É uma honra ser referência para essas crianças, o exemplo maior que eu posso dar é mostrar o meu amor pelo skate, compartilhar com elas um pouco daquilo que eu já aprendi, para que essas novas crianças possam se inspirar, ver que sim o skate pode ser uma fonte de transformação e abrir portas para um novo mundo — comentou Yndiara, que, aos 21 anos, já obteve várias conquistas pelo mundo.

Multicampeão dos X Games e um dos favoritos para representar o Brasil em Tóquio-2020, Pedro Barros elogiou a qualidade da pista e se mostrou surpreso com o espaço que, na sua opinião, será impactante para transformas os jovens em futuros campeões.

— A pista ficou demais. Eu e a Yndi ficamos muito surpresos, não tínhamos ideia do potencial deste espaço. Por mais que seja um pequeno, para iniciação, a pista possibilita a prática em alta performance, então para a molecada está perfeito: a altura, a forma que foi construída, tudo com muita qualidade — destacou o campeão.

Continua depois da publicidade

O Cedep trabalha com cerca de 600 crianças e jovens com atividades educacionais e esportes, além de trabalhar com o Programa de Educação para Adultos. Entre os projetos da instituição está o Fênix, criado justamente para fomentar a socialização por meio dos esportes radicais.

— Desde 2013, temos o projeto Fênix, no qual trabalhamos com esportes radicais como educação e uma opção para socialização. Essas atividades, como parte de um projeto pedagógico mais amplo, têm sido utilizadas para fortalecer as iniciativas positivas presentes na comunidade e contrapor-se à criminalidade, por possibilitar aos participantes o rompimento com o cotidiano violento e por favorecer o resgate e o fortalecimento dos valores humanos fundamentais da vida em sociedade — pontuou o Padre Vilson Groh, presidente da Rede IVG.