Com 14 anos de idade e surfando desde os quatro, o catarinense da praia do Campeche fala sobre o desempenho durante o campeonato Heroes de Mayo Iquique – na modalidade Pro Junior da América do Sul – disputado no fim de maio, nas águas da praia de La Punta, no Chile.
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Na ocasião, ele foi para a final da categoria ao lado do também catarinense Lucas Vicente, atleta da Joaquina, também local de Florianópolis. Veja o que Leo Casal disse à NSC sobre a vitória na competição e sua rotina de treinamento:
Você imaginava ir para uma final com o Lucas Vicente?
Tinha muita gente de vários países no campeonato, então foi uma surpresa bem grande estar na final com o Lucas que é aqui de Floripa também. Foi muito legal, porque eu comecei desde pequeno competindo, surfando, treinando com ele e fazer uma final de nível mundial foi legal.
Teve alguma bateria mais difícil?
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O que aconteceu nesse campeonato foi que eu fui crescendo nas baterias. Estava concorrendo também no QS, que era a categoria principal. Aí comecei fazendo umas baterias legais, mas não tinha soltado o meu surfe totalmente e perdi nessa principal.
E depois passei duas baterias do Pro Junior e nas quartas de finais eu soltei o meu surfe, tirei várias notas boas e foi dali em diante que eu cresci no campeonato. Me senti confiante.
Foi nessa etapa do Chile que você bateu o recorde de somatórias de pontos com 14.84 na categoria Pro Junior?
Sim foi nessa.
Qual principal diferença que você sentiu das ondas catarinenses para as chilenas?
A água muito fria e o clima um pouco mais frio. E essa parada da água mais fria a gente tem que se acostumar, mas a onda eu ganhei o campeonato era uma direita muito boa, perfeita para vários tipos de manobras é um dos melhores picos que têm nos campeonatos.
Teve alguma manobra que quando você executou já pensou que ela renderia uma boa pontuação?
Acho que não, mas foi mais nas ondas completas de várias batidas fortes que eu sentia que ia sair uma nota boa.
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Qual é a programação para os próximos campeonatos?
Esse ano em estou em vista em concorrer todos esses Pro Juniors para conseguir a classificação mundial. Esse é o objetivo maior. Daqui a alguns dias (em 15 e 16 de junho) estou indo para o brasileiro que dá a classificação para o da ISA (Associação Internacional de Surfe) mundial, que é um campeonato bem legal, visando as Olímpiadas. Hang Loose Surf Attack também eu vou correr e alguns outros das WSL, o WQS talvez eu vá correr.
Como está a sua rotina de treinamentos?
Na água eu fico umas duas horas e meia, três horas. E tem o trabalho (físico) fora da água também.
Você passou seis meses na Austrália, como avalia essa temporada para o rendimento dentro da água?
Foi super importante. Eu conheci novas ondas, o país que eu nunca tinha ido e fiz vários treinamentos diferentes dos daqui do Brasil, vários treinadores diferentes também.
Treinei com o cara que treinou por muitos anos o Mick Fanning e na escola tinha um projeto de treino de surfe. Foi bem importante porque foram novos horizontes, eu evoluí bastante, mudou minha linha de surfe porque aqui é mais beach brack e lá tinha bastante point breack.
Qual a sua onda preferida em Florianópolis?
As direitas do Campeche, no Riozinho.
Você treina mais no Campeche ou vai para outros picos?
Eu vou para tudo aqui na Ilha, para a Joaquina, Matadeiro, no Campeche, Praia Mole. Onde está melhor eu vou.
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Pratica outros esportes?
Quando eu era pequeninho eu praticava judô, jogava futebol, também treinava. Já fiz de tudo que tu podes imaginar. Fiz tênis, mas aí eu precisava focar mais no surfe, e tive que dar uma parada. Mas eu gosto de fazer todos os esportes, jogo bastante futebol, mas nem tanto para não me machucar, não ter lesão.
Quem são os seus mentores no surfe?
Eu trabalho desde pequeninho com o Marco Polo Soares. O meu pai também está sempre comigo e me acompanha em várias viagens e o Paulo Kid também, que está um pouco distante, mas é meio que o meu manager (gerente) é um grande treinador também.
Qual pico que você ainda não foi e tem vontade de pegar onda?
Acho que Tchopo, no Taiti.
Que recado você deixa para o pessoal que quer seguir um caminho como o seu?
Eu sou muito agradecido a todo mundo que torce e passa vibração positiva. E para a galera que está começando, eu quero dizer que tudo é possível, é só treinar, ter dedicação que um dia se chega lá. Eu sempre pensei que eu poderia estar aqui e hoje chegam esses momentos de campeonatos muito importantes. E é assim, vai indo.
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