Um dos destaques do Brasileirão em 2013, pelo Goiás, o lateral William Matheus deve defender o Palmeiras neste ano. De férias em Florianópolis, ele visitou a redação do DC para um bate papo especial. O assunto principal foi a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que terá neste domingo a estreia de Avaí, Criciúma e Figueirense. Campeão do torneio em 2008 com o Alvinegro, William também falou sobre sua trajetória no futebol profissional, os planos para o futuro e os sonhos que carrega na ponta das chuteiras desde os tempos de moleque na Capital.
Continua depois da publicidade
Veja a entrevista em vídeo
ENTREVISTA
Diário Catarinense – Você foi eleito o terceiro melhor lateral-esquerdo do Brasileirão. Quando estava começando, no Figueirense, pensava que chegaria tão longe?
Continua depois da publicidade
William Matheus – Sempre busquei ser reconhecido, mas sabia que não seria fácil. Tanto que grande parte dos jogadores campeões da Copa São Paulo em 2008 não chegou a vingar no futebol profissional. Então eu dou muito valor ao momento que vivo agora.
DC – Você ainda se lembra de algo da conquista da Copinha em 2008?
William – Claro que sim. Não tínhamos medo de nada, éramos um grupo de muita personalidade, apesar de jovem. A maioria dos adversários eram de São Paulo, pegamos muitos estádios lotados. Mas o determinante foi o foco. Não foi à toa que passamos por clubes como Palmeiras e São Paulo.
DC – Aos 23 anos, você já tem uma bela bagagem. Qual a importância de ter começado cedo no Figueirense, já que foi o jogador mais jovem a atuar na Série A de 2008?
Continua depois da publicidade
William – Adquirir experiência é essencial. Os jovens, e não só eles, aprendem mais com os erros nas horas difíceis. A cada torneio você ganha conhecimento e passa a ficar mais atento para coisas que podem atrapalhar.
DC – E o que costuma atrapalhar os jovens em torneios de grande visibilidade?
William – O nervosismo. No primeiro ano como profissional, eu ficava assustado quando jogava em estádios lotados contra jogadores que só via pela televisão. Com o tempo, você passa a encarar com naturalidade.
DC – Tem alguma passagem daquela Copinha em 2008 que te remeta a essa situação de nervosismo?
William – Na semifinal pegamos o São Paulo, que tinha a melhor campanha e algumas promessas. Ninguém acreditava na gente. A torcida era toda para eles, claro. Mas soubemos lidar com a pressão e surpreendemos. É um aprendizado que levo para toda a carreira.
Continua depois da publicidade
DC – No Figueira, você realizou o sonho de virar profissional. Que outros sonhos o futebol te proporcionou?
William – O mais importante foi poder dar uma vida melhor aos meus pais e meus nove irmãos, além de criar o meu filho em um ambiente saudável ao lado da minha esposa.
DC – E quais sonhos o William Matheus ainda quer realizar?
William – Todo jogador pensa em defender a Seleção Brasileira, e eu não sou diferente. Sou jovem, tenho tempo para chegar lá.
Continua depois da publicidade
DC – Jogar no Palmeiras te deixa mais perto desse sonho?
Willian – Se o negócio for fechado, será bom para mim. Tenho vontade de ir para lá, mas alguns detalhes precisam ser definidos.
DC – André Santos, Filipe Luís e Michel Bastos também vestiram a camisa 6 do Figueira e chegaram à Seleção. Você é um cara supersticioso?
William – O Figueirense revela bons jogadores nessa posição. Mas vejo isso mais como uma coincidência. Eles tiveram a história deles, e eu pretendo escrever a minha.
Continua depois da publicidade
DC – Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou em toda a carreira?
William – Quando vim para o Figueira, minha família ficou no Rio. Tinha 17 anos e estava sozinho, chorava de saudades. Foi um sacrifício necessário, muitos passam por isso.
DC – Um recado aos jovens que disputarão a Copinha.
William – Não adianta ter medo ou se sentir pressionado por torcida ou o que quer que seja. Ganhar ou perder é do jogo, mas se você joga com tranquilidade, a chance de dar certo é infinitamente maior.