Crise econômica, restrição de doações por empresas e menor tempo de campanha são alguns dos ingredientes das eleições 2016 que ajudam a compreender a redução de gastos por candidatos em Santa Catarina. As despesas nas disputas para prefeito nas sete principais cidades do Estado em 2012 somaram R$ 23.930.720, contra R$ 6.744.578 em 2016 – uma diferença de 71,9%. Para elaborar o levantamento de gastos das candidaturas, o Diário Catarinense utilizou informações disponíveis no Repositório de Dados do portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Na comparação de valores absolutos de 2016 e 2012, Criciúma e Florianópolis foram as cidades que tiveram quedas mais expressivas de gastos. As campanhas nos dois municípios no primeiro turno deste ano desembolsaram 8% e 9%, respectivamente, do total gasto no turno equivalente quatro anos atrás. NaCapital, as despesas por eleitor passou de R$ 26,60 para pouco mais de R$ 2,50. Nesse quesito, os candidatos em Criciúma precisaram gastar menos por eleitor. Na cidade do Sul do Estado cada político teve 50 centavos de despesa por eleitor. Em 2012, a tarifa per capita eleitoral no município foi de R$ 6,54.

Integrante da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SC, a advogada Katherine Schreiner cita fatores que ajudam a explicar a tendência de queda nas despesas eleitorais.

— As regras eleitorais deste ano impuseram algumas novidades para os candidatos, como o impedimento de doações de empresas e a redução do número de dias para campanha. Isso naturalmente contribuiu para que os candidatos tivessem menos dinheiro e menos tempo para realizar despesas. Além de tudo isso, há uma crise econômica que impõe algumas restrições. Uma saída para os candidatos foi apostar em campanhas nas redes sociais, onde se gasta menos.

De acordo com o TSE, o primeiro turno em 2012 teve 94 dias de despesas contabilizadas. Esse período foi reduzido para 48 dias na atual eleição municipal. Na comparação de despesas por dia, Lages foi a única cidade que apresentou crescimento nos últimos quatro anos, de R$ 15,7 mil para R$ 19,7 mil – ou 25% de acréscimo nas contas.

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