Os candidatos ao governo de Santa Catarina chegaram a esta quarta-feira (14), dia seguinte ao prazo final para entrega da prestação de contas parcial das campanhas, com mais de R$ 22 milhões somados em gastos com a corrida eleitoral. O valor ainda deve crescer até o fim de um eventual segundo turno, mas já supera a essa altura o montante gasto durante toda a disputa para governador do Estado da eleição de 2018.
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Em números exatos, os 10 candidatos ao cargo máximo do Executivo catarinense na eleição de 2022 já têm, juntos, R$ 22.077.467,76 em despesas contratadas em cerca de quatro semanas de campanha eleitoral, iniciada oficialmente em 16 de agosto.
Na eleição passada, os oitos postulantes a chefiar o governo de Santa Catarina somaram R$ 17.478.153,53 no intervalo oficial de propaganda, também de 16 de agosto daquele ano a 27 de outubro, véspera do segundo turno, com breve pausa na altura do primeiro. Já houve, portanto, aumento de ao menos 26,3% dos gastos até aqui, conforme consta nas declarações dadas pelos próprios candidatos à Justiça Eleitoral.
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A comparação leva em conta valores nominais, ou seja, sem correção monetária. Se corrigido o valor de 2018 pela inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulada de agosto daquele ano ao deste, ele fica em R$ 22.063.386,31. Portanto, é, ainda assim, menor do que o que foi gasto agora.
O salto nos gastos acompanha uma disparada da verba cedida por fundos públicos para financiamento de campanha. Somados os repasses do fundo eleitoral, que distribuirá por todo o país um valor recorde de R$ 4,9 bilhões, e do fundo partidário, os candidatos ao governo catarinense já declararam ter recebido R$ 22.467.739,00.
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O montante representa nominalmente praticamente o dobro (aumento de 87,7%) da verba pública repassada na eleição anterior para governador do Estado, de R$ 11.966.663,86 — em valores corrigidos pelo IPCA, seria o equivalente a R$ 15.106.008,03 hoje.
Na disputa de 2018, metade dos candidatos não havia declarado repasse público algum e apenas três deles haviam superado a casa do milhão no que se refere aos gastos.
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Já na eleição atual, ao menos nove dos candidatos, com exceção de Odair Tramontin (Novo), já declararam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terem tido verba dos fundos e cinco deles já têm mais de R$ 1 milhão cada em despesas contratadas.
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A mudança de uma eleição para outra fica evidente a partir das contas dos dois remanescentes de 2018: Décio Lima (PT) e Carlos Moisés (Repúblicanos).
O primeiro deles já declarou ter recebido R$ 1,05 milhão a mais de verba pública neste pleito do que no anterior. Já o segundo, que não contou com dinheiro dos fundos em 2018 e agora tem ao menos R$ 2,06 milhões declarados, se elegeu ao governo do Estado com cerca de R$ 712 mil em despesas e agora já contratou R$ 5,4 milhões.
Houve impulso também nas contas dos candidatos Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL), que se elegeram ao Senado Federal na corrida anterior.
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Na ocasião, Amin recebeu R$ 2,3 milhões do fundão e foi eleito com valor parecido de despesas — agora ele já soma R$ 4,9 milhões de aporte público e R$ 3,9 milhões em gastos.
Já Jorginho havia obtido R$ 3 milhões do fundo partidário e teve R$ 2,9 mi em custos de campanha. Na disputa deste ano, ele aparece até aqui como o candidato com maiores valores recebidos e já contratados, com R$ 9 milhões do mesmo fundo e pouco mais de R$ 6 milhões em gastos previstos. Todos os valores são também nominais.
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A dupla de menores gastos até aqui é formada por Leandro Brugnago (PCO) e Alex Alano (PSTU). Eles também receberam repasses públicos para financiarem suas campanhas, de ao menos R$ 3 mil e R$ 8 mil, respectivamente.
Completam a lista de candidatos Gean Loureiro (União Brasil) e Ralf Zimmer (Pros) que já declararam contar com ao menos R$ 3,36 milhões e R$ 600 mil, respectivamente, de fundos públicos. Os gastos do primeiro deles já vão além disso, enquanto os do segundo têm acompanhado o aporte estatal.
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*Correção: versão inicial desta reportagem apontava erroneamente que o volume de repasses de fundos públicos aos candidatos a governador de SC em 2018 era de R$ 11.441.247,88, quando, na verdade, foi de R$ 11.966.663,86. O percentual de variação e o valor com correção monetária também foram alterados.