Um jardim de leitura e salas temáticas de ciências, matemática e inglês onde os alunos é que mudam de ambiente, e não os professores. Estes são apenas alguns exemplos de iniciativas adotadas com sucesso em escolas públicas catarinenses, que conseguiram envolver alunos, pais, professores e a comunidade, transformando a realidade dos estudantes. Mas a falta de recursos pode ser um empecilho para que boas ideias sejam implantadas nas instituições.
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Para ajudar a colocar em prática iniciativas como estas, será lançada nesta terça a campanha Vestindo a Educação, com o objetivo de viabilizar projetos comunitários, ações de baixo orçamento nas escolas públicas de Santa Catarina e do RS.
– A medida do sucesso de uma campanha de mobilização é o quanto a comunidade se engaja. Queremos estimular a participação da comunidade e daquelas pessoas que têm pequenos projetos e ações. Nós vemos o quanto é decisivo para a escola ter um ambiente sadio e que motive as crianças a aprender – afirma Lucia Ritzel, gerente executiva da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.
Um exemplo de como pequenas ações podem mudar a realidade dos estudantes está na Escola Básica Municipal Batista Pereira, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Alternativas às salas de aula tradicionais, outros espaços ganharam visual novo e permitiram uma dinâmica de ensino diferente. Não é o professor que vai até a turma, mas são os alunos que se deslocam para as chamadas salas temáticas. Na de ciências, a estante de livros, réplicas de esqueletos e bonecos com partes do corpo para montar tornam o aprendizado mais lúdico. O armário foi reformado pela própria turma. E os aparelhos de ar condicionado, comprados com dinheiro de ações entre amigos.
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– O envolvimento é grande. Organizamos oficinas de acordo com as necessidades e queremos que as boas ideias se multipliquem – diz a professora Patrícia Seranza.
O objetivo da campanha Vestindo a Educação é dar um apoio financeiro para que as boas ideias possam ser implantadas. A iniciativa é do Grupo RBS e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, em parceria com a Lojas Gang e a CWI Software.
Cultura e sustentabilidade
Na Escola Municipal Ada Sant?Anna Silveira, no bairro Paranaguamirim, em Joinville, os estudantes têm a oportunidade de fazer rodas de leitura ao ar livre no Jardim Harmonizado. O espaço, construído no ano passado com a ajuda dos próprios estudantes, tem bancos que formam um círculo e é rodeado por árvores, que dão sombra e deixam o ar fresco.
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– Os próprios alunos pedem para ter aulas no jardim. Como eles ajudaram a construir, também cuidam do ambiente – destaca a diretora, Silvia Soares Nunes.
O jardim é um dos eixos do projeto de sustentabilidade iniciado em 2009. O trabalho, que foi desenvolvido com baixo custo para a escola, tem o objetivo de aproximar as crianças do contato com a natureza e de criar a cultura da sustentabilidade. Todo o material usado para a elaboração do jardim veio de doações da comunidade.
– Nós plantamos as árvores. As mudas foram compradas com o dinheiro doado pelos próprios pais, assim como os bancos – diz a diretora.
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