Neste sábado, dia 26, o Grupo de Pacientes Artríticos de Porto Alegre (GRUPAL) realiza um encontro para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças reumáticas. Este grupo de várias doenças formam uma das principais causas de afastamento do trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Algumas das doenças reumáticas, como artrite reumatoide e espondilite anquilosante, podem levar à incapacidade física se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente.

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O evento ocorrerá na Redenção, em Porto Alegre, das 9h às 15h. Médicos estarão de plantão para esclarecer as dúvidas da população sobre principais sintomas, importância do diagnóstico precoce e tratamentos das doenças. O público também receberá folhetos informativos.

Dores nas juntas dos punhos podem ser sintoma de uma simples tendinite, de um problema da coluna ou até de artrite reumatoide, doença que acomete as articulações e que pode causar deformidades físicas e incapacidade funcional até para atividades rotineiras, como fechar o botão de uma blusa.

Estudos indicam que o diagnóstico correto e o inicio do tratamento adequado podem demorar de 3 a 4 anos após o surgimento dos primeiros sinais e sintomas, que podem ser confundidos com outras doenças. Segundo os médicos, os principais sinais são dor e inchaço persistentes nas juntas (sem histórico de trauma). O diagnóstico é feito a partir do histórico clínico do paciente, exames de raios-X e de sangue.

Confira a verdade sobre alguns mitos em torno das doenças reumáticas:

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– Reumatismo NÃO é doença de velho: boa parte das doenças reumáticas atinge pessoas de todas as idades, incluindo jovens e crianças.

– Reumatismo NÃO é sazonal: embora o frio, em alguns casos, possa aumentar os sintomas, as doenças reumáticas não pioram ou surgem nos dias mais frios. Ocorrem em qualquer época do ano, em diferentes climas, em ambos os sexos – apesar da maioria afetar mais mulheres do que homens.

– Reumatismo TEM tratamento: apesar de doença crônica (assim como o diabetes e hipertensão – doenças bem conhecidas do público), muitas vezes sem cura definitiva, o reumatismo tem tratamento que pode melhorar e restabelecer a qualidade de vida do paciente.

Artrite, Espondilites e Espondiloartrites

A maioria das doenças reumáticas faz parte do grupo de doenças conhecidas como “Espondiloartrites”, de caráter inflamatório e que afetam as articulações, os ligamentos e tendões se ligam aos ossos.

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Essas doenças podem provocar dores na coluna (espondilite) e região lombar e bacia (sacroiliite), nas pernas e nos braços; também podem ocorrer problemas na pele, olhos e nos intestinos. A causa exata da espondiloartrite é desconhecida.

A espondilite anquilosante é um tipo de inflamação dos tecidos conectivos, que por vez é responsável por uma inflamação das articulações da coluna e grandes articulações, como os quadris, ombros e outras regiões. A doença não tem cura, mas com tratamento precoce pode ser bem tolerada. É uma doença inflamatória, que afeta a coluna vertebral, podendo atingir todos os segmentos vertebrais, causando limitação dos movimentos e invalidez. Ocorre lesão das articulações sinoviais e os ligamentos adjacentes às vértebras, especialmente nos pontos de inserção (enteses). É mais frequentes em homens adultos jovens.

Já a artrite reumatoide é mais frequente em mulheres e costuma iniciar-se entre 30 e 50 anos de idade, mas também afeta homens e crianças. Também de causa desconhecida, acredita-se que a predisposição genética é um fator importante. A forma mais frequente de início da doença é artrite simétrica (por exemplo: os dois punhos, os dedos das duas mãos). Uma de suas principais características é a rigidez matinal e a fadiga no final da tarde. Nos casos mais graves a doença evolui progressivamente levando, com o passar do tempo, a grave incapacidade articular. Os pacientes de artrite reumatoide têm também maior predisposição para a osteoporose – um distúrbio onde os ossos perdem densidade e se tornam mais frágeis, aumentando o risco de fraturas.

Vários estudos mostraram que pessoas que sofrem de artrite reumatoide possuem um risco maior para osteoporose e fraturas ósseas: antes do surgimento dos medicamentos biológicos, o tratamento padrão para artrite reumatoide incluía medicamentos corticoides, que podem acelerar a perda de densidade mineral nos ossos. Além disso, a dor e a incapacitação funcional de algumas articulações podem resultar em inatividade, aumentando ainda mais o risco de osteoporose.

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