Apenas 55% das meninas foram imunizadas na segunda etapa contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) em Santa Catarina. Os dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Saúde representa pouco mais da metade do resultado alcançado em 2014, quando a cobertura da primeira dose alcançou 102%.
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Em Florianópolis 19,2% dos que se incluem na faixa etária prevista se vacinaram na primeira dose. Ainda bem abaixo da meta, a Secretaria de Estado da Saúde reforça a campanha para atingir a meta mínima de 80% a serem imunizadas.
O lançamento de um hotsite (www.dive.sc.gov.br/hpv) faz parte das estratégias para reforçar a disseminação das informações sobre o vírus, as manifestações clínicas relacionadas e a importância da vacinação. A ferramenta vai auxiliar no controle das datas para aplicação das segunda e terceira doses.
A vacina é a principal forma de prevenção contra o câncer de colo de útero causado pelo HPV, doença que mata oito mil mulheres por ano no Brasil. Com médias abaixo da meta de vacinação, o objetivo do Ministério da Saúde é imunizar até 5 milhões de meninas entre 9 e 13 anos em todo o país.
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No mês de setembro ocorre a Semana Estadual de Intensificação da Vacinação contra o HPV em todo o Estado. Neste mês o Brasil fecha o segundo ano da campanha de vacinação. Aquelas que ainda não se vacinaram, ou que estão atrasadas em relação a segunda dose da vacina devem procurar uma unidade de saúde e iniciar o esquema de imunização.
No total, três doses devem ser aplicadas: a segunda acontece seis meses após a primeira; e a terceira, cinco anos depois da segunda.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) recomenda que pais e responsáveis orientem suas filhas sobre a vacina, já que essa intensificação de rotina é muito importante para elas fiquem protegidas na idade adulta.
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A gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e Imunização da Dive, Vanessa Vieira da Silva, explica que ao receber a segunda dose, seis meses após a primeira, a menina já apresenta imunidade contra os quatro principais tipos de vírus HPV causadores do câncer de colo de útero.
-O objetivo principal de se vacinar entre 9 e 13 anos é que possam se previnir antes de serem contaminadas por meio de relação sexual. Não temos comprovação da eficácia da vacina depois do contato do paciente com o vírus-, acrescenta Vanessa.
Objetivo é vacinar 5 milhões de meninas no Brasil
Ministério da Saúde e especialista garantem segurança da vacina
Quando se vacinar
-A vacina quadrivalente do HPV que imuniza contra os vírus 16, 18, 11, e 6 está disponível durante todo o ano na rede pública de saúde, mas durante os meses de março e setembro há um reforço da campanha de divulgação.
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-Além das meninas de 9 a 13 anos, o objetivo também é vacinar meninas e mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV.
-Para imunização são necessárias duas doses, a segunda seis meses após a primeira. Uma terceria dose como reforço, cinco anos depois também é recomendada.
Imagem negativa
-A queda na imunização contra o HPV no Brasil – que passou de 101% da meta em março de 2014 para 50% em 2015 – preocupa o Ministério Saúde, que tenta reverter a imagem negativa que a vacina adquiriu após a divulgação de eventos adversos durante a vacinação. Esses eventos são raros e não estão ligados especificamente à vacina do HPV, segundo o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e outras organizações como a Organização Mundial de Saúde (OMS).
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A vacina é desenvolvida pelo laboratório internacional Merck Sharp & Dohme, que possui acordo com o Instituto Butantan de transferência de tecnologia. A parceria prevê a produção nacional de 30 milhões de doses por ano a partir de 2019, quando se completa a transferência de tecnologia e conhecimento sobre a produção da vacina quadrivalente. Nesse mesmo projeto está previsto o desenvolvimento de uma vacina nonavalente, que ampliaria a proteção contra o câncer de colo de útero de 70% para 90%.
O Projeto HPV, desenvolvido na UFSC desde 2002, foi um dos centros de pesquisas clínicas de todo o mundo que avaliou a eficácia da vacina, comparando os dados de indivíduos que receberam a dose com outros que receberam apenas o placebo. Desde 2006 a vacina está disponível no mercado mundial, e desde 2014 é aplicada pela rede pública do Brasil durante todo o ano.