Aos dois anos, o filho de Sidnéia* foi diagnosticado com autismo. Depois de frequentar o colégio Menino Jesus e a Apae, a família do menino de 12 anos decidiu há um mês e meio matriculá-lo no ensino regular da escola municipal Professor Oscar Unbehaun, no bairro Água Verde. A presença do menino em uma das turmas causou estranhamento aos pais dos outros alunos que preocuparam-se com o processo de aprendizagem dos filhos.
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Com o objetivo de oferecer mais informações sobre o distúrbio neurológico a quem estava deixando crianças na mesma escola, a mãe e representantes da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Blumenau (AMA) se reuniram em frente ao colégio e distribuíram panfletos.
– Só quem tem uma criança especial entende – desabafa.
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A diretora da escola, que atende 950 alunos, Maria Lisete da Silva Hinckel, explica que desde que o aluno foi matriculado na instituição, uma equipe de professores de apoio e pedagogos trabalha para integrá-lo à turma formada por 35 alunos. Ela reconheceu que alguns pais procuraram a direção preocupados com a aprendizagem dos filhos, que ficavam desatentos à aula com a presença do novo colega.
Segundo ela, uma das características do aluno autista é não permanecer em sala de aula por muito tempo, e a sua movimentação – e como isso afetaria a atenção dos colegas – teria preocupado os pais. Maria Lisete afirma que nenhum pai teria solicitado a saída do estudante. Mas a situação teria se agravado na semana passada, quando a avó do menino teria se desentendido com a avó de outra criança em frente à escola.
– Quando achamos que era a hora dele ir para a sala de aula, começou o movimento de alguns pais. Expliquei que a criança tem o direito de ficar na escola e mesmo que não aprenda disciplinas como história e matemática, ela pode evoluir na adaptação com outras crianças e socialização – disse a diretora.
Após o incidente que ocorreu quarta-feira, o menino não foi mais à aula, segundo Maria Lisete. Mesmo assim, ela garante que continuará trabalhando para socializá-lo, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
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*Os nomes completos da mãe e do estudante foram preservados para resguardar a identidade da criança, conforme o Guia de Ética e Autorregulamentação Jornalística do Grupo RBS.