Os últimos dias foram de busca pelo voto na Terra Indígena Xapecó, a maior de Santa Catarina. Cerca de 3,7 mil índios Kaingang e Guarani vão eleger, neste domingo (22), o cacique, o vice-cacique e o capitão. Os candidatos também estiveram envolvidos com reuniões para acertar os detalhes da eleição. Em comum, todos buscaram se aproximar dos eleitores e ouvir sugestões ao novo cacicado.

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O atual cacique Gentil Belino, que concorre à reeleição e pela terceira vez poderá estar à frente da maior terra indígena do Estado, se pautou pela continuidade de diálogo com o Executivo municipal e a questão da segurança.

— Pretendemos continuar atuando em parceria com o governo municipal, o qual tem atendido nossas reivindicações em relação a melhorias na terra indígena, e focar na questão segurança afim de impedir o acesso de drogas às comunidades — diz o cacique.

Ivanir Alípio, o Nizo, mora na aldeia Olaria e concorre pela primeira vez. Para ele, a comunidade carece de maior presença das lideranças ao longo dos dias e não apenas em questões pontuais.

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Como funciona a eleição indígena?

— As aldeias possuem seus líderes [cacique, vice e capitão], mas têm muita gente precisando de ajuda, como idosos e crianças com necessidade de medicamentos, que nunca recebem uma visita. Liderança não é só para manter a ordem, mas para estar acompanhando a realidade das famílias e atender seus pedidos — defende Alípio.

Osmar Barbosa, que mora na aldeia sede, já concorreu anteriormente e, em uma das vezes, se elegeu cacique. O candidato conta que também procurou conversar com a comunidade e ouvir os anseios dos moradores:

— Questões como saúde, habitação, agricultura e segurança estiveram presentes nas conversas. Sentimos que a falta de médicos especialistas nos quatro postos de saúde preocupa muito as pessoas, pois muitas vezes falta tratamento adequado para as doenças — explica Barbosa.