Junto às temperaturas mais baixas começa também a temporada de se proteger contra a gripe. As 48 unidades de saúde de Blumenau que possuem sala de vacinação e oferecem vacina contra o vírus Influenza na Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe começaram a imunizar os pacientes nesta segunda-feira. Nesta primeira semana, por determinação do Ministério da Saúde, as doses serão destinadas apenas a pessoas com mais de 60 anos e portadores de doenças crônicas. A partir da semana que vem, no dia 24, as salas de vacina começam a receber também os demais públicos atendidos pela ação (confira ao lado).

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A campanha continua até 26 de maio. O Dia D será no dia 13 de maio, um sábado, quando todas as unidades da rede irão fortalecer as ações para imunizar a população incluída nos grupos atendidos. Segundo dados da Secretaria de Saúde de Blumenau, até 109 mil pessoas poderão ser imunizadas contra a gripe. A meta do Ministério da Saúde é atingir 90% deste público, o que corresponde a 98,1 mil pessoas na cidade.

Uma das novidades deste ano é a inclusão de professores das redes pública e particular entre os grupos que têm direito à vacinação. A estimativa é que cerca de 6 mil educadores recebam a imunização na rede municipal de saúde. Para ter direito, é necessário apresentar uma declaração da escola comprovando o vínculo ou a atividade profissional.

Em 2016, a gripe A foi motivo de forte preocupação em Blumenau. No final de abril, quando começou a campanha de vacinação, a cidade já havia registrado cinco mortes por gripe A e 32 casos confirmados, um terço de todos os registros do Estado até então. A cidade teve apenas dois casos confirmados em 2017.

– Este ano está bem mais tranquilo, no ano passado foi preciso antecipar a campanha, mas isso não significa que podemos relaxar, muito pelo contrário – alerta a gerente de Vigilância Epidemiológica de Blumenau, Rosana Benvenutti.

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Subtipos e oferta na rede particular

A vacinação imuniza contra o H1N1, que no ano passado causou 114 óbitos em todo o Estado, e também contra o H3N2, outro subtipo da doença, que no ano passado não provocou nenhuma morte, mas este ano já é responsável por dois óbitos – os únicos confirmados em Santa Catarina – e quatro casos de hospitalização no Estado, metade do total já registrado. Embora o tratamento, a prevenção e os sintomas sejam iguais, em geral o H1N1 costuma causar mais complicações entre doentes crônicos, ao passo que o H3N2 aparece mais em idosos e crianças. Este último é o que deve preponderar este ano.

Em Santa Catarina, a campanha terá 1,2 mil salas de vacina e uma estimativa de 1,8 milhão de pessoas nos grupos prioritários. A meta do Ministério da Saúde também é de 90% deste número, o equivalente a 1,6 milhão de pessoas. Para quem não faz parte dos grupos prioritários da campanha de vacinação do governo federal, as clínicas privadas oferecem a vacina trivalente (a mesma da ação do Ministério da Saúde) e a tetravalente – que previne contra quatro subtipos de influenza: H1N1, H3N2 e dois da gripe B. O preço varia conforme a região e o tipo da vacina.

Grupos prioritários

Idosos (60 anos ou mais)

Pessoas com comorbidade (pessoas que tenham HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e medula óssea, imunodeficiências congênitas, imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica, cardiopatias, pneumopatias, asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas, diabetes mellitus, fibrose cística, trissomias, implante de cóclea, doenças neurológicas crônicas incapacitantes, usuários crônicos de ácido acetilsalicílico, nefropatia crônica/síndrome nefrótica, asma e hepatopatias crônicas e obesos.

Crianças (de seis meses a menores de cinco anos)

Trabalhadores de saúde

Professores

Gestantes

População privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas

Puérperas (Mulheres no período até 45 dias após o parto)

Indígenas

Funcionários do sistema prisional

Mais sobre a doença

A doença

Existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C. Os vírus A e B apresentam maior importância.

Complicações

Pessoas de todas as idades são suscetíveis à infecção pelo vírus Influenza. Geralmente tem resolução espontânea em sete dias, embora a tosse, o mal-estar e a fadiga possam permanecer por algumas semanas. Alguns casos podem evoluir com complicações. As mais comuns são: pneumonia, sinusite, otite e desidratação. Em alguns casos pode levar à morte.

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Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?

Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas e três semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre entre quatro a seis semanas depois da vacinação.

Quem se vacinou no ano passado precisa se imunizar de novo?

Sim, a imunidade dura de seis a 12 meses. A composição da vacina e produção é anual e pode mudar conforme os vírus que circularam no ano anterior.

Quem não deve tomar a vacina?

Quem teve reação anafilática prévia em doses anteriores ou devido a qualquer componente da vacina e quem tem alergia comprovada e relacionada a ovo de galinha e seus derivados.

Quais as medidas de proteção para a população não vacinada?

Alguns cuidados de higiene, como lavar bem as mãos com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal; e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

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Fonte: Dive-SC