A campanha de desligamento da TV analógica na Grande Florianópolis foi lançada na tarde desta quinta-feira pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Catarinense de Rádio e Televisão (Acaert) e a Seja Digital, entidade responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para digital da televisão aberta no Brasil.

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A partir de 31 de janeiro do ano que vem, os moradores de Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e Paulo Lopes vão ter a transmissão de TV analógica desligada. Ao todo, 358,2 mil residências devem realizar a conversão para o sinal digital, sendo que 43 mil delas têm direito aos kits gratuitos distribuídos a partir de outubro pela Seja Digital.

Esta é a primeira etapa de migração do analógico para o digital em Santa Catarina. No dia 5 de dezembro de 2018, será a vez de cidades das regiões de Blumenau, Joinville e Jaraguá do Sul. No restante dos municípios catarinenses, o desligamento está previsto para 31 de dezembro de 2023.

João Evaristo Debiasi, secretário de Comunicação de SC, que representou o governador Raimundo Colombo no evento, afirmou que Santa Catarina está de braços abertos para esse tipo de inovação.

Lançamento oficial da campanha de desligamento da TV analógica na Grande Florianópolis ocorreu nesta quinta-feira
Lançamento oficial da campanha de desligamento da TV analógica na Grande Florianópolis ocorreu nesta quinta-feira (Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS)

Antes da mudança definitiva do sinal, três etapas são realizadas: a informação, a compreensão e o alerta. Para disseminar o informação, foi criado o Manual da Comunicação Obrigatória, que todas as emissoras devem seguir para que a população saiba da mudança.

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Além da tarja na parte inferior da tela – que já aparece nos televisores com sinal analógico para alertar sobre a mudança –, nos próximos meses os moradores da Grande Florianópolis vão perceber outras ações da campanha na TV aberta. O objetivo é que pelo menos 93% da população usem o sinal digital até 31 de janeiro do próximo ano, para que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações autorize o desligamento do sinal.

Paulo Tonet Camargo, presidente da Abert, explicou que uma das preocupações com o desligamento do sinal digital era a queda na audiência, que chegou a 25% em outros países, mas isso não tem se mostrado um problema para o Brasil.

— Nas cidades que já realizaram a mudança, tivemos aumento na audiência e na cobertura. Isso faz com que a população mais pobre, que muitas vezes tem a TV aberta como única forma de entretenimento, tenha mais acesso e com maior qualidade. Países da América Latina têm se espelhado neste procedimento que estamos realizando — afirma.

TV com sinal analógico à esquerda e sinal digital à direita
TV com sinal analógico à esquerda e sinal digital à direita (Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS)

André Dias, diretor de projetos especiais da Rede Globo, explica que também serão realizadas ações voluntárias para ajudar a população a instalar o kit digital ou ressintonizar os canais. Um dos projetos é a Patrulha Digital que, em parceria com o Senai, capacitou mais de 100 mil alunos voluntários em todo o Brasil para circularem pelas cidades e auxiliarem os moradores, sendo multiplicadores da mudança.

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— Essa transição é uma mudança completa para as pessoas que até hoje só utilizaram uma TV analógica. Muitas vezes um aparelho antigo, que funciona com uma qualidade muito ruim, mas mesmo assim ele vai receber o sinal com o conversor. Essas pessoas chegam a chorar quando veem a imagem e nós choramos junto — relata Dias.

André Dias, diretor de projetos especiais da Rede Globo, explica o projeto Patrulha Digital
André Dias, diretor de projetos especiais da Rede Globo, explica o projeto Patrulha Digital (Foto: Felipe Carneiro / Agencia RBS)

Distribuição de kits

A Seja Digital é uma associação não governamental e sem fins lucrativos feita para operacionalizar o processo de desligamento do sinal digital. Entre as competências da entidade, está a distribuição gratuita dos kits digitais, com antena e conversor, para as pessoas inscritas no Bolsa Família e em outros 19 programas sociais do Governo Federal.

Na Grande Florianópolis, a previsão é que 43 mil kits comecem a ser distribuídos em meados de outubro, de acordo com Patrícia Abreu, diretora de comunicação da associação.

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Outra função da Seja Digital é realizar a pesquisa de aferição sobre a adesão ao sinal digital, que deve ser divulgada na Grande Florianópolis 60 dias antes da mudança, dia 30 de novembro.

A entidade também mantém um canal de atendimento 24 horas para que a população possa tirar dúvidas sobre a mudança. É possível entrar em contato pelo número 147 ou por meio do site www.sejadigital.com.br

Relação com a rede de telefonia móvel

Um fato importante nesta transição é a liberação da faixa de 700Mhz utilizada pelo sinal analógico. Essa faixa deve passar a ser utilizada para expandir a oferta de internet 4G em todo país. Segundo Patrícia, essa expansão vai permitir que a internet tenha mais velocidade e qualidade.